Africa Basquetebol

04 abril 2007

MOÇAMBIQUE : Torneio de Abertura : Águia avassaladora


HÁ revolução na bola-ao-cesto “alvi-negra”! Depois da pasmaceira por que passou nos últimos anos, chegando à arreliadora situação de ser arredado dos momentos de decisão das principais competições nacionais, ao que tudo indica, o Desportivo, este ano, pretende resgatar o seu prestígio na modalidade, tanto em masculinos como em femininos. Na dupla jornada do pretérito fim-de-semana, a águia foi verdadeiramente avassaladora, vencendo em todas as frentes e colocando-se numa situação privilegiada no Torneio de Abertura de Basquetebol da Cidade de Maputo. Já no sensacionalmente aguardado encontro entre as rainhas, o ISPU aproveitou o ensejo para ajustar muitas contas acumuladas, surgindo-lhe, no entanto, uma nova barreira no seu caminho.

Tendo ido buscar o jovem técnico Carlos Ferro (Carlinhos) para dirigir os seniores masculinos, ao mesmo tempo em que mantinha a estrutura principal da equipa, reforçando-a com um e outro jogador, estava claro que o Desportivo tinha no seu horizonte um “volte-face” em relação àquilo que vinha acontecendo, apostando agora no regresso aos grandes fóruns nacionais. Em femininos, a formação treinada por Nazir Salé (Nelito) conheceu o ingresso de novas atletas, com particular realce para a internacional Nádia Rodrigues, capitã da selecção.

Após o adiamento devido ao luto nacional observado há dias no país, em memória às vítimas das explosões do paiol de Mahlazine, o velho “derby” entre Desportivo e Maxaquene acabou acontecendo, porém, para desencanto dos seus adeptos e daqueles que gostam de alegrar os seus olhos com bons momentos de básquete, a partida foi uma autêntica montanha a parir um rato, nomeadamente em relação aos fraquíssimos números registados ao longo dos 40 minutos da contenda. A vitória “alvi-negra”, cinco pontos de diferença, foi apenas por 37-32, o que em nada abona no nome das duas formações.

Na mesma ronda, e num outro desafio entre conjuntos praticamente da mesma igualha, Ferroviário bateu Costa do Sol pela marca de 56-42, enquanto a Académica não quis deixar os seus créditos por mãos alheias diante da Conseng, vencendo por 52-47.

Mantendo o seu ritmo vencedor, os “alvi-negros”, já na terceira jornada, derrotaram os “canarinhos” por 65-44. Pelo mesmo diapasão alinhou o Ferroviário, que obteve a sua terceira vitória consecutiva, ao derrotar a Conseng pela marca de 65-38. Os “tricolores” redimiram-se frente aos “estudantes”, com um triunfo por 56-40, mas estarão longe da conquista deste Torneio de Abertura.

“VINGANÇA” DO ISPU

Desde que começaram a rivalizar-se, a partir do momento em que apetrecharam os seus times com as melhores atletas da praça, a maioria das quais idas do Maxaquene, os encontros entre Ferroviário e ISPU, invariavelmente, foram favoráveis às “locomotivas”, com particular realce para as finais dos dois últimos Campeonatos Nacionais. Neste Torneio de Abertura, e no primeiro grande desafio da temporada, as “universitárias” fizeram dessa circunstância uma ocasião para o ajuste de muitas contas antigas, ganhando por 10 pontos (70-60) e, desse modo, colocar pressão sobre as campeãs nacionais em relação aos próximos confrontos entre si.

No entanto, se a formação de Armando Meque soube brilhar diante da rival, no dia seguinte, já não encontrou formas para ultrapassar a endiabrada águia, com a qual perdeu por um ponto (56-57). Um resultado que espelha, eloquentemente, o alto grau de envolvimento das jogadoras de ambos os contendores e acima de tudo o equilíbrio que prevaleceu ao longo da partida, com o mérito a recair, indubitavelmente, sobre as “alvi-negras”, se tomarmos em linha de conta que estão a construir um time novo, contrariamente ao ISPU, recheado de estrelas que se conhecem mesmo de olhos vendados.

A corrente vitoriosa da turma de Nazir Salé havia iniciado no dia anterior, perante as vizinhas “tricolores”, por 56-41, um resultado bom em termos de números e que, como se pode observar, contrasta por completo com os 37-32 das mesmas equipas em masculinos. Noutro jogo da terceira jornada, Maxaquene venceu Académica pela marca de 85-38, uma diferença de cerca de meia centena com a qual a formação de Simão Mataveia quis reconstituir a sua harmonia após o revés diante do Desportivo.

Entretanto, o Torneio de Abertura prossegue com a efectivação da quarta ronda. Amanhã, no Pavilhão da Universidade realizam-se os despiques Maxaquene-Conseng (18.45 horas) e Académica-Costa do Sol (20.00), em masculinos, completando-se sábado com o decisivo Desportivo-Ferroviário (19.45), no recinto dos “alvi-negros”. Na sexta-feira, disputa-se o jogo em atraso referente à jornada inaugural, entre Académica e Desportivo, na UEM, a partir das 20.00 horas.

Em femininos, as partidas terão lugar sábado, designadamente Desportivo-Ferroviário (18.00) e Académica-ISPU (17.00), esta última no Pavilhão do Estrela Vermelha.