Africa Basquetebol

20 dezembro 2006

MOÇAMBIQUE : Nacional Feminino - Já nos aproximamos do âmago

OS encontros envolvendo as formações de Maputo, designadamente Maxaquene-Ferroviário de ontem à noite, e Desportivo-ISPU de hoje, já nos aproximam ao verdadeiro âmago deste Campeonato Nacional de Basquetebol de Seniores Femininos. Depois de sucessivas jornadas em que o interesse em redor do evento era praticamente inexistente, devido ao enorme fosso que se verifica entre uns e outros, tendo como consequência partidas desprovidas de qualquer brilho, agora já se sente o aroma de uma prova que vai prenunciando um epílogo sem surpresas. Ontem, num desafio sem desprimor à irrefutável capacidade das detentoras do título, haverá, sim senhor, que reconhecer mérito à réplica emprestada pelas "tricolores", derrotadas por 53-75, depois de Quelimanenses e Francisco Manyanga de Tete terem travado um embate extremamente equilibrado, com o triunfo a pertencer às zambezianas por apenas um ponto (54-53).


Esta noite, já com as transmissões televisivas em directo garantidas na TVM, conclui-se a primeira fase do Grupo II, com o sensacional frente-a-frente entre Desportivo e ISPU a despertar grande expectativa, pois será conhecido o vencedor da série e que, consequentemente, evitará o Ferroviário nas meias-finais de sexta-feira, partindo do pressuposto de que o conjunto de Carlos Aik, inquestionavelmente, ficará em primeiro no seu grupo. Este embate tem o seu começo agendado para as 20.45 horas, antecedido do jogo envolvendo os Ferroviários da Beira e de Nampula, a partir das 18.30, com largas possibilidades de a equipa do Chiveve obter o seu primeiro triunfo na prova.
"TRICOLORES" TRAQUINAS

Apesar de a sua nomenclatura não ser referência neste campeonato, Francisco Manyanga e Quelimanenses travaram uma partida recheada de momentos bastante interessantes, com o equilíbrio a cativar a atenção dos poucos espectadores que vêm fazendo a romaria ao Pavilhão dos "tricolores". Mas as razões deste jogo ter atingido um nível competitivo aceitável são óbvias: ambos os conjuntos são reforçados por atletas da Académica. Do lado das tetenses, brilharam Anita Filipe, com 16 pontos, e Márcia Langa, 12, enquanto pela banda zambeziana em destaque estiveram Diara Dessai (21 pontos), como não podia deixar de ser, e Maria Lubrino, 15.

Já no segundo encontro, a história girou à volta da forma destemida como as traquinas jogadoras do Maxaquene se bateram diante de tão ilustres artistas "locomotivas". Ninguém duvidava em relação ao desfecho da contenda, todavia, poucas hipóteses de resposta "a priori" se ofereciam às pupilas de Simão Mataveia. Mas a verdade é que, depois de terem saído para o primeiro período a perder por somente dois pontos (14-12), no segundo, cerraram os dentes e travaram-se de razões com as suas oponentes, tendo, inclusive, logrado passar à dianteira no marcador em duas ocasiões (16-17 e 18-19), para além da igualdade (21-21), situação que obrigou o Ferroviário a adoptar uma estratégia competitiva mais consentânea com a classe e capacidade das suas jogadoras.

A partir daqui, o concerto “locomotiva” passou a ser uma realidade, distanciando-se à vontade no "score".

Apesar de tudo, as "tricolores" não desarmavam, com Gracinda Bucar - que, julgamos nós, devia ter feito parte da selecção de Sub-20 - a arrumar a casa, secundada pela infalível Esmeralda Casimiro.

Nota positiva ao trabalho dos homens do apito.


FICHA TÉCNICA


Árbitros: Abreu João, Domingos Lino e Almeida Colaço.

MAXAQUENE (53) – Alice Baessa (4), Gracinda Bucar (8), Esmeralda Casimiro (14), Leonilde Nhassengo (5), Maria Filipe (3), Célia Mabjaia (0), Yara Manhique (8), Fanta Machai (5), Ivete Langa (4), Cláudia Chembene (2) e Deise Chirindza (0). Treinador: Simão Mataveia.

FERROVIÁRIO (75) – Inocência Fondo (0), Kátia Machai (3), Zinóbia Machanguana (7), Ruth Muianga (7), Janete Monteiro (10), Tatiana Ismael (6), Pauline Nsimbo (14), Júlia Machalela (4), Márcia Langa (2), Deolinda Gimo (10), Sílvia Langa (6) e Ondina Nhampossa (6). Treinador: Carlos Aik.