MOÇAMBIQUE : ECO DAS ELIMINATÓRIAS PARA O AFROBÁSKET SUB-16: Derrotas no arranque determinaram o insucesso
O
TREINADOR e os jogadores apontam o mau começo com derrotas diante da
Zâmbia (a mais inesperada) e frente à África do Sul como razões que
determinaram o não apuramento do nosso país para o Afrobasket nas
eliminatórias da Zona VI que tiveram lugar em Gaberone, capital do
Botswana.
Para
o seleccionador nacional, Simão Mataveia, a equipa cresceu com a
competição. Esteve bem em Gaberone, mas teve várias adversidades que
determinaram o falhanço da qualificação. Já os jogadores apontam a falta
de adaptação como o móbil das derrotas na entrada, o que frustrou o
sonho do Mali-2015. Queixam-se, por outro lado, de terem jogado com
alguns adversários com idades adulteradas. De uma forma geral, os nossos
interlocutores dizem que o dever foi cumprido, mas a missão não!
MELHORÁMOS COM A COMPETIÇÃO -SIMÃO MATAVEIA, SELECCIONADOR NACIONAL
“Penso
que depois de um mau começo a equipa foi melhorando, crescendo com a
competição. Acredito que se tivéssemos mais dois ou três jogos a nossa
classificação podia ser de longe melhor que esta. Infelizmente, a nossa
classificação é esta, falhámos o principal objectivo, mas temos de
parabenizar os jogadores que souberam estar em campo, lutaram, deram
tudo de si perante alguns adversários com atletas fora da idade. Tenho
de enaltecer o esforço deles, até porque terminámos bem de certa forma
com uma vitória sobre a forte equipa do Zimbabwe, com jogadores que têm
uma boa compleição física.
Isso
é de salutar para jogadores com a idade deles. Deixa-nos satisfeitos
até porque temos a consciência de que trouxemos jogadores de 16 anos e,
para a idade deles, o que fizeram é muito, pois lutaram com atletas mais
velhos. Não estamos a justificar o facto de não nos termos qualificado,
mas na minha opinião penso que não foi um fracasso esta campanha. Os
jogadores evoluíram muito, há dois meses atrás grande parte dos atletas
que temos na Selecção não tinham a produção que têm hoje, não jogavam
desta forma. Foi bom terem vindo para aqui, pois aprenderam mais. O
balanço na minha opinião é positivo, embora não tenhamos conseguido a
qualificação.
Doravante,
cabe a Federação decidir se merecemos continuar à frente da equipa, o
que seria muito bom, pois temos a certeza que durante este tempo que
estamos com a Selecção fizemos um bom trabalho. Com mais tempo de
trabalho a Selecção poderá ter melhores resultados e melhorar a sua
qualidade. Estamos disponíveis para dar mais fundamentos de basquetebol e
potenciarmos cada vez mais estes jogadores. Nestes escalões é muito
importante que os jogadores sejam potenciados e eles estão a aplicar-se
muito bem nos treinos, por isso estamos satisfeitos com a resposta
deles”.
DEMOS TUDO QUE TÍNHAMOS - WILLIAM DE BRITO
“Faço
uma avaliação muito boa desta competição. A equipa esteve muito bem e
demos o nosso melhor, pena tenha falhado a qualificação que era o
objectivo principal. Tivemos duas derrotas logo nos primeiros jogos, mas
com a competição melhorámos e conseguimos duas vitórias”, disse William
de Brito, para depois acrescentar que “na Selecção apanhei tudo
diferente, não contava aprender o que aprendi. Infelizmente, tivemos
adversários maiores de idade, o que impediu o nosso apuramento para
Mali”.
ENTRÁMOS MAL - WILSON DE CASTRO
“Foi
uma boa competição. Entrámos mal com duas derrotas, mas depois
começámos a ter sucesso, vencendo o Botswana e o Zimbabwe. Durante este
tempo que estou na Selecção Nacional aprendi muita coisa nova, uma delas
é conviver com as pessoas e ter melhores fundamentos de basquetebol.
Foi para mim uma boa experiência, até porque esta é a minha primeira
competição internacional. Faltou apenas o apuramento para o Afrobasket
do Mali”, afirmou Wilson de Castro.
NERVOSOS E ANSIOSOS NOS PRIMEIROS JOGOS - SELTON FUEL
“Lutámos
muito, pena que não tenhamos conseguido o que queríamos. Foi um bom
campeonato, no qual tivemos muitos detalhes novos à volta de
basquetebol. As derrotas que tivemos frente à Zâmbia e África do Sul
foram, na minha opinião, provocadas pelo nervosismo e ansiedade. Mas com
o tempo fomo-nos adaptando à realidade que encontrámos em Gaberone,
acelerámos nos treinos e tivemos mais calma nos momentos capitais, o que
nos fez ganhar nas últimas duas partidas, mas já sem possibilidades de
nos qualificarmos”, lamentou Selton Fuel.
NÃO TIVEMOS CALMA NECESSÁRIA NO INÍCIO -ARMINDO CHACHUAIO
“Estivemos
bem na competição, pecámos por não termos conseguido triunfar no
primeiro e no segundo jogos. Nestas partidas não tivemos a calma
necessária para este tipo de competições. Não conseguimos jogar com o
tempo, o que já não aconteceu contra Botswana e Zimbabwe. Nestes jogos
já estávamos precavidos, havíamos aprendido com os erros que vínhamos
cometendo na prova. Agora temos que levantar a cabeça e treinarmos ainda
mais para estarmos melhor preparados para as competições que se
avizinham”, Armindo Chachuaio.
TIVEMOS ALTOS E BAIXOS -AILTON MAVOTA
“Foram
eliminatórias emocionantes, com muitos altos e baixos para a Selecção, o
que nos fez falhar a qualificação. Infelizmente, tivemos alguns
adversários com idades acima da média regularmente permitida, o que
dificultou a nossa acção. Cumprimos com o nosso dever, embora a missão
não tenha sido cumprida. Perante várias adversidades, fomos a tempo de
mostrarmos o nosso valor. Aprendemos bastante nesta competição. Eu,
particularmente, concluí que um jogo de basquetebol não se vence
individualmente, só colectivamente. Vi, ao longo da competição, um e
outro a optar pelo individualismo, o que não resultou”, atirou Ailton
Mavota.
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