MOÇAMBIQUE : Promessas, historial e humor na apresentação “canarinha”
HOUVE
um bocado de tudo na apresentação, sábado, da equipa de basquetebol
sénior feminina do Costa do Sol, onde os destaques foram os oitos
reforços que darão certamente outro alento à colectividade na presente
época.
O
momento alto da cerimónia, que decorreu na sede do clube (Matchiki
Tchiki), foi a apresentação das atletas de reconhecida qualidade,
nomeadamente Deolinda Ngulela, Deolinda Gimo, Ilda Chambe, Valerdina
Mahonga, Katia Halar, Filomena Micato, Elizabeth Pereira e Maria
Eduarda.
Só
para elucidar o grandioso investimento da direcção “canarinha” no
basquetebol, basta frisar que há quatro campeãs africanas nesta lista,
são elas: Deolinda Ngulela, Valerdina Manhonga, Filomena Micato e Katia
Halar, sendo que Deolinda Gimo e Ilda Chambe são jogadoras da selecção e
marcaram presença no Mundial da Turquia. Face a este leque brilhante,
os objectivos competitivos das “canarinhas” colocam-se ao mais alto
nível, ou seja, propõem-se a atacar todos os troféus na cidade de Maputo
e a sagrarem-se campeãs nacionais.
Após
o momento da assinatura de contratos, as atletas prometeram dar tudo
para colocar as cores do clube no topo do pódio nacional. Aliás, houve
entre as duas partes, direcção e atletas, uma espécie de pacto de
trabalho conjunto. Foram unânimes em afirmar que é preciso haver um
trabalho coordenado para se atingir o sucesso.
Antes
desse momento, houve espaço para “beber”, através de uma figura
incontornável do clube, João Raúl, um bocado daquilo que é o historial
do Costa do Sol e das conquistas. Enaltecendo a grandeza da
colectividade, o secretário-geral quis incutir nas atletas um espírito
vencedor.
O
animador e comediante Ringue-Ringue também foi convidado a fazer parte
do encontro e brindou aos presentes com o seu bom humor. Numa das suas
intervenções, e de uma forma mais humorada (como só ele sabe fazer),
transmitiu às jogadoras uma mensagem que todos os desportistas que
tencionam atingir resultados positivos devem seguir ao dizer que a vida
nocturna não se compadece com atletas que querem conquistar
títulos.
PLANTEL DO COSTA DO SOL
Reforços:
Elizabeth Pereira (ex-Liga), Eduarda Chongo “Duda” (A Politécnica),
Deolinda Gimo (ex-Ferroviário), Deolinda Ngulela (ex-Liga), Filomenta
Micato (ex-Liga), Katia Halar (ex-Liga)
Valerdina Mahonga (ex-Liga) e Ilda Chambe (ex-A Politécnica)
Transitam: Bendita Muchave, Katia Samo, Sandra Mutemba, Yolanda Chilaúle, Tânia Chiúle
Fatima Paquira e Raima Domingos Manjate
Equipa técnica
Treinadora e atleta - Deolinda Ngulela
Jaime Macabe - treinador adjunto
Lutar pelos lugares do pódio - Deolinda Gimo
“O
QUE me fez assinar pelo Costa do Sol é o facto de ser um dos maiores
clubes do país e pelo projecto apresentado no basquetebol”, disse
Deolinda Gimo.
Acrescenta
que o facto de terem rumado para a equipa “canarinha” jogadoras que bem
conhece foi também uma motivação. “Muitas de nós estava sem clube. São
jogadoras que conheço, jogamos juntas na selecção e vim praticamente
encontrar uma família aqui”, avançou.
A
poste diz ter ficado com uma boa impressão do clube, na forma como
foram recebidas pela direcção e prometeu aplicar-se para levar a equipa
aos lugares do pódio.
Vamos dar o máximo - Deolinda Ngulela, treinadora-jogadora
“GARANTO
que não será fácil vestir a pele de treinadora e jogadora. É uma nova
fase da minha carreira e para me adaptar a ela precisarei de tempo”,
afirmou Deolinda Ngulela, treinadora e jogadora do Costa do Sol.
Acrescenta
que as coisas terão de ser feitas gradualmente. “Temos de ir com calma.
Será preciso familiarizar-me com esta nova experiência, que as
jogadoras se familiarizem aos novos conceitos e que se ambientem a mim,
nesta minha posição de líder”, disse.
A
treinadora-jogadora agradeceu a confiança depositada pela equipa
técnica. “Quero agradecer a direcção e vamos dar o nosso máximo para
justificar esse investimento. Acredito que a direcção não se vai
arrepender”, arrematou.
Deolinda
Ngulela afirma que irá incutir um espírito ganhador às suas pupilas.
“Vou pedir às jogadoras que dêem o seu melhor. Quero que as mais novas
atinjam o nível das mais experientes. Vamos lutar para ter uma equipa
cada vez mais competitiva, porque sempre me habituei ao longo da minha
carreira a ganhar tudo”, sentenciou.
Trabalho para vencer- Valerdina Mahonga
“AO
longo da minha vida como jogadora de basquetebol sempre trabalhei para
vencer e é com esta vontade e atitude que me vou apresentar no Costa do
Sol a cada treino, a cada jogo”, palavras de Valerdinha Mahonga.
Valerdina
disse que o facto de conhecer as jogadoras (colegas de selecção e de
equipa) e ser um clube que conhece a motivaram a aceitar o convite da
direcção.
Convidada
a dar a sua opinião sobre a nova página que se abre na vida de Deolinda
Ngulela como treinadora, ela foi peremptória em responder. “A nova
treinadora é uma líder. Nos treinos da equipa e da selecção por vezes
teve de fazer esse papel e sempre conseguiu segurar a equipa”,
reconheceu.
Atingir uma posição privilegiada- Amosse Chicualacuala, presidente do Costa do Sol
“É
NOSSA intenção atingir uma posição privilegiada no basquetebol
nacional. Este ano o clube completa 60 anos, queremos que seja de muito
sucesso e por isso decidimos apostar nestas atletas que achamos terem
capacidade para ajudarem a elevar a imagem do clube”, afirmou Amosse
Chicualacuala, presidente do Costa do Sol.
Chicualacuala
diz que a aposta no basquetebol faz parte de um projecto bastante
ambicioso, através do qual o clube pretende dar enfâse ao desporto no
seu todo e não se centrar apenas no futebol, para onde as atenções estão
mais viradas.
“Assumimos
que o básquete é uma modalidade que precisa de ser acarinhada, pois é
também uma forma de praticar desporto. Queremos que as pessoas que
gostam de basquetebol o façam livremente e que se juntem a este
projecto. Em tempos esta modalidade foi uma referência, assim como foram
outras modalidades, como o andebol e o hóquei. É nosso desejo que o
Costa do Sol volte a constar entre as colectividades mais cotadas a
nível nacional”, arrematou.
Para
já, o presidente dos “canarinhos” não assume a conquista do título da
cidade de Maputo e o “Nacional” como objectivo número um. “O grupo é
novo e irá precisar de uma fase de adaptação. Vai ter de ir adquirindo a
cada treino e jogo o espírito de entreajuda e de sacrifício. Por isso,
seria prematuro assumir a candidatura do título. Posso dizer que vamos
lutar pelos lugares cimeiros”.
Apesar
de contar com um leque de jogadoras de elevado nível, o dirigente
aponta o empenho e dedicação como o segredo para o sucesso. “Queremos
transmitir às jogadoras que os títulos não se fazem das coisas boas do
passado e muito menos de nomes. É preciso haver trabalho”, frisou.
Ngulela apresentada treinadora-jogadora
O
ANÚNCIO de Deolinda Ngulela como treinadora da equipa de basquetebol
sénior feminina do Costa do Sol foi a grande surpresa da apresentação do
plantel.
A base, que acumulará esta sua nova função com a de jogadora, inicia assim uma nova fase da sua rica carreira como basquetista.
Amosse
Chicualacuala, presidente do Costa do Sol, a quem coube a missão de
anunciar a nova treinadora, disse que esta é mais uma aposta na
juventude, que se enquadra na filosofia da direcção de que é necessário
dar espaço aos mais novos.
“No
futebol vivemos uma situação igual. Confiamos a equipa principal de
futebol a um técnico jovem. Fazemos, agora, o mesmo no basquetebol
porque achamos que os mais novos também merecem a oportunidade de
mostrar o seu valor. Se não abrirmos as portas para eles, nunca
saberemos das suas capacidades como líderes”, arrematou.
IVO TAVARES
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home