Africa Basquetebol

08 dezembro 2014

JOGOS DO SCSA: Moçambique passeia a sua classe no básquete



MOÇAMBIQUE passeou a sua classe no basquetebol, sábado, na sua estreia nos Jogos do SCSA, que decorrem desde sexta-feira em Bulawayo, Zimbabwe.
NO primeiro jogo do dia, que marcou o arranque da modalidade neste evento, Moçambique entrou frente ao Lesotho como favorito à vitória, mas nunca ninguém imaginou que a diferença entre as duas selecções fosse abismal como acabou acontecendo.
A verdade é que as moçambicanas passearam a sua classe e humilharam as suas adversárias, ao ponto de o resultado chegar aos 95-0, a 42 segundos do intervalo, aliás do final do segundo período.
Mesmo reconhecendo a superioridade das moçambicanas, que até ostentam o título de medalha de bronze no último Campeonato Africano de sub-18 realizado no Cairo, Egipto, este ano, as meninas do Lesotho são fraquíssimas.
Só para ilustrar a fraqueza do Lesotho, basta dizer que Moçambique terminou o primeiro período a vencer, por 45- 0, e foi ao intervalo, final do segundo, com o resultado de 97-2, portanto a três pontos do chapa-100, marca que viria a ser atingida nos primeiros segundos depois do início do terceiro período, que terminou com o resultado muito mais gordo do que se imaginava.
O quarto período foi apenas para ensaiar alguns sistemas de jogo que podiam ser necessários para os jogos subsequentes que se espera que sejam decisivos, principalmente frente a Angola, com quem tudo indica, mais uma vez, vamos ter que lutar com ela pela medalha mais importante da competição, a de ouro, neste caso concreto.
Portanto, os 186 pontos de diferença espelham, só em si, as facilidades que Moçambique encontrou neste desafio. E se não chegou a chapa 200, é porque depois abrandou o ritmo.
Em masculinos, a história repetiu-se, só que com protagonistas bem diferentes. A Suazilândia foi mais aberta a encarrar o jogo, obrigando Moçambique a pensar rapidamente, apesar de o resultado nunca ter estado em causa.
Moçambique entrou forte para este encontro. Não quis que a sua imagem de detentora do troféu fosse beliscada e num abrir e fechar de olhos já levava boa vantagem no marcador e chegou ao final do primeiro período já a vencer, por 34-10. Mas havia muita coisa por mudar. Os nossos jogadores apesar de serem muito possantes e altos em relação ao seu adversário pecavam nos ressaltos, nalguns casos perdendo de forma infantil tanto na tabela defensiva como na ofensiva. Também era necessário acertar nos lançamentos, sobretudo para além dos 6,25 metros, onde a Suazilândia arriscava e lavava a melhor.
Mas aos poucos, a rapaziada moçambicana foi acertando e passou a dar um verdadeiroshow, com afundanços à mistura. E chegou ao intervalo já vencer, por 53-22, depois de terminado o primeiro período em vantagem (34-10).
No terceiro período, as coisas melhoraram ainda mais. Já se notava alguma coesão na equipa, fruto da rodagem de alguns jogadores que inicialmente estavam no banco.
Este período terminou com o resultado de 87-33. No último período, a ansiedade era quebrar a chapa-100. E não tardou que isso acontecesse, e foi a seis minutos do fim do jogo.
O público ainda sonhou com a barreira dos 120 pontos, mas os últimos minutos foram de falhanços incríveis para Moçambique, que mesmo assim, e segundo o seu treinador, vai melhorar nas próximas partidas.
No fundo, a estreia de Moçambique no basquetebol nos pareceu mais um treino do que propriamente uma competição desta envergadura.