MOÇAMBIQUE : “MUNDIAL” DE BÁSQUETE: Participação tremida!
A PARTICIPAÇÃO do nosso país no Campeonato do Mundo de Basquetebol, em seniores femininos, que terá lugar próximo ano na Turquia, está tremida. Em causa está uma dívida da Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB) para com a FIBA, num valor estimado em 150 mil dólares norte-americanos.
De acordo com o presidente da FMB, Francisco Mabjaia, a dívida é referente à organização do Campeonato Africano de Basquetebol em Setembro último em Maputo, por sinal prova que abriu caminho para a Selecção Nacional apurar-se para o “Mundial”.
Na verdade, prosseguiu Mabjaia, um país quando organiza uma competição sob a égide da FIBA tem o dever de pagar uma taxa, referente aos direitos publicitários, imagem e outros serviços comerciais daquele organismo que automaticamente passa a anfitrião.
Aconteceu, porém, ainda de acordo com o presidente da FMB, que no nosso país as empresas potenciais patrocinadoras e beneficiárias das publicidades e exposição da sua imagem durante um evento daquela magnitude não responderam devidamente, ou seja, não corresponderam às expectativas.
“As nossas empresas não corresponderam, anunciaram pouco e nós é que entrámos em prejuízo. Noutros países quando há eventos como aquele, as empresas até concorrem para poderem ser os patrocinadores, mas no nosso caso tivemos de bater a porta até ao pormenor para conseguirmos algum apoio”, explicou.
Em face deste cenário, a FMB teve um prejuízo de 26 milhões de meticais, verba que constitui uma dívida com diversas entidades que prestaram serviços durante o “afrobasket”.
“Neste momento estamos à procura desse dinheiro para liquidarmos as dívidas. Estamos a trabalhar com o Governo e com as empresas no sentido de nos apoiarem. A FIBA não deu prazo para liquidarmos o passivo, mas o certo é que sem pagarmos os 150 mil dólares não iremos participar do Mundial”, prosseguiu.
Mabjaia foi mais longe, adiantando que o valor ora em dívida geralmente um país anfitrião paga antes do início da competição que acolhe, sendo que o nosso país escapou a essa regra devido à simpatia que granjeou junto daquele organismo internacional, que pelos mesmos motivos baniu o Senegal.
“No ano passado participámos do torneio pré-olímpico na Turquia graças à suspensão do Senegal por dívidas para com a FIBA. Em condições normais nem teríamos estado lá, o que significa que se não cumprirmos teremos o azar dos senegaleses”, avisou.
A terminar, Mabjaia tranquilizou os amantes do basquetebol, vincando que há perspectivas de solução da crise, até porque o Ministério da Juventude e Desportos, representante do Governo no processo, está aberto a apoiar.
Saliente-se que Moçambique apurou-se para o “Mundial” graças ao segundo lugar conquistado no Afrobasket de Maputo.
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