CABO VERDE : SANTO ANTÃO : HÁ EVOLUÇÃO OU NÃO?

O basquetebol está ou não a evoluir em Santo Antão? Há quem ache que não. Alguém escreveu, num blog da nossa praça, que não. E que o desempenho do basquete santantonense tem sido um “descalabro” a nível nacional.

O autor do artigo acusa a Direcção do Porto Novo Basket de “falta de humildade” só por entender que o basquetebol de Santo Antão, tem estado a evoluir, apesar dos problemas. Fala-se de uma ilha sem tradição a nível do basquetebol

O autor do artigo acusa Porto Novo Basket de desconhecer a história do basquete em Santo Antão e menosprezar a “geração d’ouro” do basquete santantonense, que ganhou uma edição dos jogos escolares, nos anos 80.Ele dá a entender que, nos anos 80 e 90, o basquetebol em Santo Antão era muito evoluído, mas que o de agora não tem qualquer credibilidade. Desconhecimento, talvez.

Mas, o blog do Porto Novo Basket, um dos mais concorridos e credenciados de Cabo Verde, tem ou não razão ou entender que a modalidade tem evoluído. 

Comecemos a partir da época 2007/08, quando, segundo a própria Federação, começou-se a competir oficialmente em Santo Antão.

Nessa época, depois da estreia da equipa campeã, em São Vicente, frente ao Mindelense, meio mundo ficou interessado nos jovens de Santo Antão. O Fretson, o Totó, o Nielvis, o Filandino e outros suscitaram a cobiça de muitos clubes nacionais e não só.

Na época seguinte, o basquetebol santantonense recebeu, no Sal, o troféu de revelação nacional. Na gala de encerramento dos campeonatos nacionais (júnior e sénior), a evolução do basquete da ilha das montanhas foi tema central dos discursos oficiais da gala.

Em 2009/10, as coisas não correram tão bem, mas a qualidade do basquete de Santo Antão foi indiscutível.

Em 2010/11, o basquete de Santo Antão, na Praia, perdeu com o da Praia e São Vicente, mas ganhou o Fogo, dando indicação de que a ilha das montanhas, apesar da falta de condições, se afirmava com a quarta região do país.

Em 2011/12, foi a confirmação. Santo Antão ganhou, de forma expressiva, ao Fogo e a Santiago Norte, obtendo o passaporte para a fase final do campeonato nacional, na ilha do Sal, onde lá estava os tubarões do basquete nacional.

Estamos a falar de um campeonato mal estruturado, que beneficia, claramente, os clubes das regiões com tradição na modalidade.

Estamos também a falar de clubes mais poderosos em Cabo Verde, em termos financeiros.

Estamos a falar de regiões onde existem todas as condições para a prática de basquetebol.

E mais, o campeonato nacional de basquetebol (sénior) é a prova mais forte e competitiva que existe em Cabo Verde. Um campeonato onde os campeões São Vicente não têm tido quaisquer chances.

Contra os tubarões do basquete nacional (Bairro, Seven, Pantera, Académica do Mindelo, Preguiça, ABC, Prédio, Atlético), Porto Novo Basket, nos últimos 3 anos, tem “lutado” como pode, mas ninguém pode por em causa a qualidade do basquete praticado e a sua evolução de ano para ano.

Aliás, a nível dos desportos de salão, Santo Antão não fica atrás das grandes regiões do país. O que marca a diferença são as condições para a prática das modalidades (pavilhão coberto, poderio económico dos clubes, recursos humanos capacitados).

Porto Novo Basket passa uma época a competir num polivalente, cujo piso é muito degradado, com um par de tabelas inadequadas e, quando vai ao campeonato nacional, viaja e começa a jogar no mesmo dia. Sequer tem possibilidade de fazer um único treino de adaptação ao piso do pavilhão.

Mas, acredite-se que o desempenho nacional dos campeões regionais de basquetebol seria muito melhor caso houvesse um campeonato mais competitivo em Santo Antão.

Quantas vezes, alguém da Associação foi buscar atletas em casa (acontece sempre em Ribeira Grande) para que os jogos se realizassem. Quantas vezes, Porto Novo Basket não teve oportunidade de jogar por falta de comparência dos adversários. Há casos em que a equipa foi para o nacional sem realizar um único jogo do play-off.

Em Santo Antão, o nível de competitividade das provas tem sido medíocre. As equipas são desorganizadas, não treinam, jogam quando bem entender e ninguém faz nada.

Mesmo diante dessas adversidades, o basquete em Santo Antão tem estado a evoluir. Aliás, o facto de a ilha ter-se estreado no campeonato nacional júnior é prova, mais do que evidente, dessa evolução. Há sim, melhores praticantes

 

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