CABO VERDE : Selecção cabo-verdiana de basquetebol: “Bravos Crioulos” podem estagiar nos EUA
A selecção cabo-verdiana de basquetebol poderá fazer um estágio nos Estados Unidos da América, visando a sua participação no Afrobasket 2013. O convite chega do vice-reitor da universidade Bridgwater State College. A notícia foi avançada por Eric “Ricô” Silva, ex-pivô dos “Bravos Crioulos”, que já informou a federação dessa disponibilidade. “Na verdade, o contacto partiu de Djony Timas, ex-jogador da selecção que reside actualmente na América. Ele conheceu esse vice-reitor, que é de origem cabo-verdiana, acertaram tudo e depois ele pediu a minha intervenção, uma vez que estou de férias em Cabo Verde”, esclarece o ex-campeão da Zona II por Cabo Verde, que acredita na eventualidade de o estágio acontecer nas vésperas da competição, marcada para o próximo mês de Agosto.
Satisfeito com o apuramento de Cabo Verde para o “Afro-2013”, Ricô afirma que os “Bravos Crioulos” têm tudo para estarem entre as quatro melhores selecções africanas da modalidade. Mas para isso acontecer, prossegue, é preciso estruturar um trabalho de bastidor, o aspecto que, na sua opinião, tem estado a falhar pelos lados da federação. “Angola tornou-se nessa potência do basquetebol africano porque passou a trabalhar com uma metodologia rigorosa. Por exemplo, assim que sai um sorteio para uma competição, tenta logo saber qual a bola que será usada nessa prova e as equipas começam a manter contacto com o esférico. Um pequeno-grande detalhe que pode marcar muita diferença em campo”, elucida Rico, medalha de bronze do Afrobasket 2007, que acompanhou com atenção os jodos realizados no gimno desportivo de Chã de Areia.
Para esta edição do Afrobasquete, Ricô evita fazer prognósticos sobre a prestação do combinado cabo-verdiano. A sua expectativa é que os “Bravos Crioulos” possam reforçar o seu plantel com alguns atletas experientes e talentosos (como Ryan Gomes, poste dos Los Angeles Clippers, Jefferson Gomes, Peter Cipriano...) e consiga manter a raça que mostrou na cidade da Praia, frente ao Senegal e Mali, duas referências do basquetebol africano. “Sem dúvida que foi a equipa mais fraca que já apresentamos numa competição internacional, com mais razão devemos dar todo o mérito ao treinador Nowra, que conseguiu fazer um trabalho extraordinário em apenas dez dias. Além disso, competiu com apenas nove jogadores”, salienta este atleta esquerdino, para quem Cabo Verde mostrou algumas fragilidades no sector defensivo, mas que os seus adversários não conseguiram explorar.
“Senti também a ausência de um líder natural dentro do campo. Ivan e Rudolph tentaram assumir esse papel no ataque, mas não é disso que estou a falar. Refiro-me a uma cabeça pensante, alguém capaz de comandar a equipa e manter aquele equilíbrio emocional e competitivo nos momentos cruciais do jogo”, pontua Ricô, que não tem dúvida de uma coisa: Cabo Verde tem um basquetebol talentoso, recheado de atletas tecnicistas, que, quando vestem a camisola azul, mostram esse indomável brio que toma conta dos “Bravos Crioulos” na hora de vencer o destino.
Kim-Zé Brito
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