MOÇAMBIQUE : SUPERTAÇA COMPAL EM BASQUETEBOL - Quando o crer e o querer chegam de facto ao limite…
O MAXAQUENE não se iludiu. Estava consciente de que seria extremamente difícil se sobrepor ao FC Porto. No entanto, tentou. E tentou bem, sobretudo no segundo período, mas depois veio o inevitável descalabro: 74-56 na estreia na Supertaça Compal em Basquetebol, a decorrer desde ontem na cidade angolana de Benguela.
Embora a derrota fosse “a priori” previsível, tendo em conta a diferença de ritmo competitivo entre os intervenientes e, acima de tudo, o facto de a turma moçambicana se encontrar precisamente no princípio da época – este foi o seu primeiro embate oficial em 2012 – é importante reconhecer que o Maxaquene foi de uma crença extraordinária e de um querer até acima das suas capacidades, porém, pouco ou nada podia fazer face à supremacia do FC Porto, mormente nos períodos capitais da contenda.
Os “tricolores” lutaram, lutaram, mas atingiram o seu limite. Um limite em que, apesar de tudo, não se podem perdoar alguns erros e que acabaram por concorrer para a derrota testemunhada no Pavilhão Acácias Rubras, em Benguela. E ainda bem que o técnico espanhol Iňak Garcia reconheceu essa parte menos inteligente da sua equipa, mesmo considerando a superioridade do campeão português
A estratégia adoptada pelo FC Porto foi particularmente bem sucedida: entrar com a crista içada e tirar partido da boa capacidade de concretização de alguns dos seus jogadores os lançamentos triplos. Foi assim que numa sucessão de três pontos conseguiu construir uma vantagem que cedo obrigou o Maxaquene a um “sprint” atrás do prejuízo. Unidades como o americano Reginaldo Jacson – o melhor jogador do FC Porto –, Robert Johnson, Diogo João e João Santos foram os principais artífices de um resultado que poderia já prenunciar o desfecho da contenda.
Os “tricolores”, via-se claramente, esforçavam-se bastante para contrapor ao jogo do adversário, mas o espanhol Moncho Lopes, treinador do FC Porto, instruiu os seus pupilos para uma estratégia em relação à qual o Maxaquene daria pouca resposta: rodar muito o jogo e tentar lançar a partir de qualquer posição, preferencialmente de fora do “garrafão”, de modo a evitar choques desnecessários debaixo da tabela, para além de possíveis perdas de bola, já que os maxaquenenses mostravam uma certa apetência de briga nesta posição.
A perder por oito pontos no primeiro período (10-18), o Maxaquene não se deixou abater. Antes pelo contrário, foi a melhor formação em campo na etapa seguinte. A organização do jogo cresceu e a eficiência ofensiva veio também ao de cima. Mesmo com jogadores ainda imberbes do ponto de vista de contacto internacional, casos de Manuel Uamusse, Celso Manave, Pedro Mourana, Ivan Costa e Abel Assane, a turma moçambicana espevitou-se, equilibrou os acontecimentos e, inclusive, logrou passar ao comando do marcador.
A meio do segundo período, os “tricolores” eram a formação mais vistosa e empreendedora. O único senão residia no facto de nunca conseguir uma vantagem relativamente confortável – o máximo foram cinco pontos (32-27), a dar substância a um aplaudido crescimento que teve como principais obreiros Sílvio Letela, com os seus infalíveis triplos, Samora Mucavele, destemido e combativo, Custódio Muchate, brigão na tabela, e Abel Assane, mercê de uma entrega que não teve nada a ver com o seu défice de competição desta natureza.
DECLÍNIO FÍSICO
Das duas, uma: ou o Maxaquene tinha receio de vergar o grande FC Porto ou então não estava preparado para ganhar. Senão vejamos: nos segundos finais do segundo período, foi de uma infantilidade tal que não conseguiu segurar a vantagem que detinha, permitindo à turma portuguesa a consequente recuperação e o empate 32-32 ao cabo deste.
E depois? Bom, o que se seguiu foi um autêntico declínio físico que acabou por traçar, em definitivo, a história da partida. O pensar, o fazer e o fazer bem se diluíram, vingando nas quatro linhas apenas as cores azul-e-branca do campeão lusitano. De novo, os melhores elementos do FC Porto chamaram todo o deu tecnicismo e impuseram o valor que detêm para arrancar a grande velocidade para uma vantagem praticamente inalcansável.
Nessa altura, o Maxaquene vivia de algumas iniciativas individuais, claro, insuficientes para fazer a diferença que nessa altura se impunha. Fernando Manjate, o jogador mais importante da equipa, esteve longe do seu arcaboiço, o americano Micheal Bonaparte levou muito tempo a entrar efectivamente no jogo e, quando o fez, o colectivo já não se fazia sentir. Nesta conformidade, porque toda a sua crença se tinha esgotado e o querer incapaz de mudar o cenário negativo, outra coisa já não restava ao Maxaquene que não fosse gerir o resultado, isto é, tentar garantir que os números não crescessem de forma assustadora.
Aliás, foi aqui onde marcadamente se notou a diferença de ritmo entre as equipas: os “tricolores” no início da época e os “dragões” com mais rodagem, para além, claro, da própria diferença competitiva e da estrutura dos jogadores, considerado a altura e o porte físico dos portugueses.
No segundo desafio da jornada inaugural da terceira edição da Supertaça Compal, que teve como um dos árbitros o moçambicano Artur Bandeira, o Petro de Luanda, campeão angolano, levou de vencida o CAB Madeira, de Portugal, pela marca de…., numa ronda e que folgaram Recreativo de Libolo, pelo Grupo “A”, e 1º de Agosto, pelo “B”, o mesmo do Maxaquene.
A prova, que está a despertar vivo interesse no seio dos benguelenes – ou não fosse Benguela o viveiro da bola-ao-cesto angolana – prossegue hoje, com os “tricolores”, juntamente com o CAB Madeira, de folga. Em campo estarão Petro de Luanda e Libolo, às 18.00 horas de Maputo, seguindo-se depois o embate entre FC Porto e 1º de Agosto, a partir das 20.00. O Maxaquene entra de novo em acção amanhã, tendo como adversário o conjunto militar angolano.
FICHA TÉCNICA
Pavilhão Acácias Rubras, em Benguela
Árbitros: Fernando Pacheco, de Angola, Luís Lopes e Soares Silva de Portugal
MAXAQUENE (56) – Fernando Manjate (8), Manuel Uamusse (0), Samora Mucavele (13), Sílvio Letela (6), Celso Manave (0), Pedro Mourana (5), Ivan Costa (0), Custódio Muchate (7), Abel Assane (9), Sérgio Macuácua (0), Armando Baptista (0) e Michael Bonaparte (8)
Treinador: Iňak Garcia
FC PORTO (74) – Diogo João (11), João Soares (12), Miguel Miranda (9), André Boavida (0), David Gomes (4) Robert Johnson (16), Miguel Cardoso (4), Rui Lopes (0), José Casio (0), Reginaldo Jacson (10), Carlos Andrade (0) e João Santos (8)
Treinador: Moncho Lopes
Marcha do marcador: 10-18, 32-32, 42-58, 56-74.
Quadro de resultados
ONTEM - 1ª JORNADA
FC Porto-Maxaquene (74-56)
CAB Madeira-Petro de Luanda (77-88)
Folgaram: 1º de Agosto e Libolo
HOJE - 2ª JORNADA
18.00 – Petro de Luanda-Libolo
20.00 – FC Porto-1º de Agosto
Folgam: CAB Madeira e Maxaquene
Leonel Custódio Muchate: Competições internacionais ajudam a nossa evolução
O JOGADOR do Ferroviário de Maputo e da Selecção Nacional, Custódio Muchate, promete dar o seu máximo para que o Maxaquene alcance a melhor posição possível. Experiente e um dos nomes sonantes da actualidade, Muchate voltou a conquistar a estatueta para o melhor poste na “Gala dos Óscares” realizada recentemente em Maputo.
“Queremos vencer pelo menos um jogo, o que contribuiria sobremaneira para o equilíbrio competitivo da equipa”, afirma.
Custódio Muchate diz estar preparado para ajudar o Maxaquene. “Estamos cientes das dificuldades, mas, da mesma maneira que nós respeitamos os nossos adversários, eles também devem nos respeitar”.
O reforço dos “tricolores” defendeu serem necessárias mais competições do género. “Precisamos de mais provas internacionais, pois se hoje temos bons jogadores é graças ao contacto que temos tido com equipas estrangeiras, tanto a nível de selecções como de clubes”, rematou o atleta.
Vinte e quatro na delegação
A DELEGAÇÃO que acompanha a equipa sénior masculina de basquetebol do Maxaquene é composta por 24 elementos, sendo que 12 são atletas, a saber: Sílvio Letela, Samora Mucavel, Fernando Manjate (Nandinho), Manuel Uamusse, Pedro Mourana, Ivan Cossa, Custódio Muchate, Armando Batista, Sérgio Macuacua, Michael Bonaparte, Celso Manave e Abel Hassane.
Os técnicos são Inak Garcia (principal) e Simão Mataveia (adjunto). A delegação é chefiada pelo presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB), Francisco Mabjaia, e integra outro dirigente federativo, Amade Mogne.
Os dirigentes “tricolores”, que acompanham a equipa, são Ernesto Júnior e João Chirindza.
Da comitiva fazem parte ainda o massagista Raul Cuna, a responsável pela estatística Marcela Cecília, o árbitro Artur Bandeira, e os jornalistas Alexandre Zandamela, deste órgão de informação, Rui Hélder e Leonardo Nhabanga, da TVM.
Embora a derrota fosse “a priori” previsível, tendo em conta a diferença de ritmo competitivo entre os intervenientes e, acima de tudo, o facto de a turma moçambicana se encontrar precisamente no princípio da época – este foi o seu primeiro embate oficial em 2012 – é importante reconhecer que o Maxaquene foi de uma crença extraordinária e de um querer até acima das suas capacidades, porém, pouco ou nada podia fazer face à supremacia do FC Porto, mormente nos períodos capitais da contenda.
Os “tricolores” lutaram, lutaram, mas atingiram o seu limite. Um limite em que, apesar de tudo, não se podem perdoar alguns erros e que acabaram por concorrer para a derrota testemunhada no Pavilhão Acácias Rubras, em Benguela. E ainda bem que o técnico espanhol Iňak Garcia reconheceu essa parte menos inteligente da sua equipa, mesmo considerando a superioridade do campeão português
A estratégia adoptada pelo FC Porto foi particularmente bem sucedida: entrar com a crista içada e tirar partido da boa capacidade de concretização de alguns dos seus jogadores os lançamentos triplos. Foi assim que numa sucessão de três pontos conseguiu construir uma vantagem que cedo obrigou o Maxaquene a um “sprint” atrás do prejuízo. Unidades como o americano Reginaldo Jacson – o melhor jogador do FC Porto –, Robert Johnson, Diogo João e João Santos foram os principais artífices de um resultado que poderia já prenunciar o desfecho da contenda.
Os “tricolores”, via-se claramente, esforçavam-se bastante para contrapor ao jogo do adversário, mas o espanhol Moncho Lopes, treinador do FC Porto, instruiu os seus pupilos para uma estratégia em relação à qual o Maxaquene daria pouca resposta: rodar muito o jogo e tentar lançar a partir de qualquer posição, preferencialmente de fora do “garrafão”, de modo a evitar choques desnecessários debaixo da tabela, para além de possíveis perdas de bola, já que os maxaquenenses mostravam uma certa apetência de briga nesta posição.
A perder por oito pontos no primeiro período (10-18), o Maxaquene não se deixou abater. Antes pelo contrário, foi a melhor formação em campo na etapa seguinte. A organização do jogo cresceu e a eficiência ofensiva veio também ao de cima. Mesmo com jogadores ainda imberbes do ponto de vista de contacto internacional, casos de Manuel Uamusse, Celso Manave, Pedro Mourana, Ivan Costa e Abel Assane, a turma moçambicana espevitou-se, equilibrou os acontecimentos e, inclusive, logrou passar ao comando do marcador.
A meio do segundo período, os “tricolores” eram a formação mais vistosa e empreendedora. O único senão residia no facto de nunca conseguir uma vantagem relativamente confortável – o máximo foram cinco pontos (32-27), a dar substância a um aplaudido crescimento que teve como principais obreiros Sílvio Letela, com os seus infalíveis triplos, Samora Mucavele, destemido e combativo, Custódio Muchate, brigão na tabela, e Abel Assane, mercê de uma entrega que não teve nada a ver com o seu défice de competição desta natureza.
DECLÍNIO FÍSICO
Das duas, uma: ou o Maxaquene tinha receio de vergar o grande FC Porto ou então não estava preparado para ganhar. Senão vejamos: nos segundos finais do segundo período, foi de uma infantilidade tal que não conseguiu segurar a vantagem que detinha, permitindo à turma portuguesa a consequente recuperação e o empate 32-32 ao cabo deste.
E depois? Bom, o que se seguiu foi um autêntico declínio físico que acabou por traçar, em definitivo, a história da partida. O pensar, o fazer e o fazer bem se diluíram, vingando nas quatro linhas apenas as cores azul-e-branca do campeão lusitano. De novo, os melhores elementos do FC Porto chamaram todo o deu tecnicismo e impuseram o valor que detêm para arrancar a grande velocidade para uma vantagem praticamente inalcansável.
Nessa altura, o Maxaquene vivia de algumas iniciativas individuais, claro, insuficientes para fazer a diferença que nessa altura se impunha. Fernando Manjate, o jogador mais importante da equipa, esteve longe do seu arcaboiço, o americano Micheal Bonaparte levou muito tempo a entrar efectivamente no jogo e, quando o fez, o colectivo já não se fazia sentir. Nesta conformidade, porque toda a sua crença se tinha esgotado e o querer incapaz de mudar o cenário negativo, outra coisa já não restava ao Maxaquene que não fosse gerir o resultado, isto é, tentar garantir que os números não crescessem de forma assustadora.
Aliás, foi aqui onde marcadamente se notou a diferença de ritmo entre as equipas: os “tricolores” no início da época e os “dragões” com mais rodagem, para além, claro, da própria diferença competitiva e da estrutura dos jogadores, considerado a altura e o porte físico dos portugueses.
No segundo desafio da jornada inaugural da terceira edição da Supertaça Compal, que teve como um dos árbitros o moçambicano Artur Bandeira, o Petro de Luanda, campeão angolano, levou de vencida o CAB Madeira, de Portugal, pela marca de…., numa ronda e que folgaram Recreativo de Libolo, pelo Grupo “A”, e 1º de Agosto, pelo “B”, o mesmo do Maxaquene.
A prova, que está a despertar vivo interesse no seio dos benguelenes – ou não fosse Benguela o viveiro da bola-ao-cesto angolana – prossegue hoje, com os “tricolores”, juntamente com o CAB Madeira, de folga. Em campo estarão Petro de Luanda e Libolo, às 18.00 horas de Maputo, seguindo-se depois o embate entre FC Porto e 1º de Agosto, a partir das 20.00. O Maxaquene entra de novo em acção amanhã, tendo como adversário o conjunto militar angolano.
FICHA TÉCNICA
Pavilhão Acácias Rubras, em Benguela
Árbitros: Fernando Pacheco, de Angola, Luís Lopes e Soares Silva de Portugal
MAXAQUENE (56) – Fernando Manjate (8), Manuel Uamusse (0), Samora Mucavele (13), Sílvio Letela (6), Celso Manave (0), Pedro Mourana (5), Ivan Costa (0), Custódio Muchate (7), Abel Assane (9), Sérgio Macuácua (0), Armando Baptista (0) e Michael Bonaparte (8)
Treinador: Iňak Garcia
FC PORTO (74) – Diogo João (11), João Soares (12), Miguel Miranda (9), André Boavida (0), David Gomes (4) Robert Johnson (16), Miguel Cardoso (4), Rui Lopes (0), José Casio (0), Reginaldo Jacson (10), Carlos Andrade (0) e João Santos (8)
Treinador: Moncho Lopes
Marcha do marcador: 10-18, 32-32, 42-58, 56-74.
Quadro de resultados
ONTEM - 1ª JORNADA
FC Porto-Maxaquene (74-56)
CAB Madeira-Petro de Luanda (77-88)
Folgaram: 1º de Agosto e Libolo
HOJE - 2ª JORNADA
18.00 – Petro de Luanda-Libolo
20.00 – FC Porto-1º de Agosto
Folgam: CAB Madeira e Maxaquene
Leonel Custódio Muchate: Competições internacionais ajudam a nossa evolução
O JOGADOR do Ferroviário de Maputo e da Selecção Nacional, Custódio Muchate, promete dar o seu máximo para que o Maxaquene alcance a melhor posição possível. Experiente e um dos nomes sonantes da actualidade, Muchate voltou a conquistar a estatueta para o melhor poste na “Gala dos Óscares” realizada recentemente em Maputo.
“Queremos vencer pelo menos um jogo, o que contribuiria sobremaneira para o equilíbrio competitivo da equipa”, afirma.
Custódio Muchate diz estar preparado para ajudar o Maxaquene. “Estamos cientes das dificuldades, mas, da mesma maneira que nós respeitamos os nossos adversários, eles também devem nos respeitar”.
O reforço dos “tricolores” defendeu serem necessárias mais competições do género. “Precisamos de mais provas internacionais, pois se hoje temos bons jogadores é graças ao contacto que temos tido com equipas estrangeiras, tanto a nível de selecções como de clubes”, rematou o atleta.
Vinte e quatro na delegação
A DELEGAÇÃO que acompanha a equipa sénior masculina de basquetebol do Maxaquene é composta por 24 elementos, sendo que 12 são atletas, a saber: Sílvio Letela, Samora Mucavel, Fernando Manjate (Nandinho), Manuel Uamusse, Pedro Mourana, Ivan Cossa, Custódio Muchate, Armando Batista, Sérgio Macuacua, Michael Bonaparte, Celso Manave e Abel Hassane.
Os técnicos são Inak Garcia (principal) e Simão Mataveia (adjunto). A delegação é chefiada pelo presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB), Francisco Mabjaia, e integra outro dirigente federativo, Amade Mogne.
Os dirigentes “tricolores”, que acompanham a equipa, são Ernesto Júnior e João Chirindza.
Da comitiva fazem parte ainda o massagista Raul Cuna, a responsável pela estatística Marcela Cecília, o árbitro Artur Bandeira, e os jornalistas Alexandre Zandamela, deste órgão de informação, Rui Hélder e Leonardo Nhabanga, da TVM.
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