Africa Basquetebol

04 fevereiro 2012

MOÇAMBIQUE : Liga nova “rainha” do básquete nacional

Muçulmana sagrou-se, ontem à noite, campeã nacional de basquetebol em seniores femininos, ao vencer A Politécnica, na segunda final dos “play-off”, por 70-48. Como no primeiro jogo, disputado quinta-feira, a equipa muçulmana havia ganho pela marca de 74-46, não foi necessário, assim, o recurso ao terceiro embate.
Diga-se de passagem que a Liga Muçulmana cumpriu cabalmente a sua tarefa, nada difícil, embora A Politécnica tenha entrado melhor no jogo, tendo estado a ganhar a maior parte do primeiro período. Mas, como se costuma dizer, foi apenas força de soda, porque, quando as jogadoras de Miguel Guambe começaram a dar mostras de fadiga, veio ao de cima a superioridade das comandadas de Nazir Salé.
A Liga, com um leque de jogadoras de enorme qualidade técnica e táctica e com maior frescura física, acabou alcançando um triunfo fácil, que começou a ser construído no segundo período, pois, num espaço de dez minutos, marcou 23 pontos contra 10 de A Politécnica. Uma diferença de 13 pontos que fez com que a Liga saísse para o intervalo a ganhar por 41-25, depois de no primeiro período estar a vencer por apenas três pontos (18-15).
Como se pode depreender, a equipa “muçulmana” entrou a “matar” no segundo período, decidida dissipar quaisquer dúvidas em relação ao vencedor do jogo. A atitude e o espírito de vitória estiveram reflectidos em cada uma das jogadoras. Deolinda Ngulela, Tanucha, Odélia Mafanela, Anabela Cossa, Valerdina Manhonga, Cátia Halar e Ruth Muianga, atletas de referência nacional, não quiseram deixar os seus créditos por mãos alheias nos momentos cruciais do desafio.
Mesmo tendo o jogo controlado, até porque doutro lado estava uma equipa sem argumentos para contrariar as rápidas investidas de Deolinda Ngulela e as entradas categóricas de Ruth Muianga e Tanucha na tabela contrária. As boas actuações das pupilas de Nazir Salé contrastavam com o decréscimo de rendimento das jogadoras mais influentes de A Politécnica, como é o caso de Ana Flávia Azinheira, que ao evoluir do jogo foi perdendo protagonismo.
A avaliar pelas incidências do desafio, previa-se que a vantagem aumentasse. Realmente foi o que aconteceu. No final do terceiro período, a Liga ganhava por uma vantagem de 20 pontos (54-34).
O quarto e último período serviu apenas para a Liga dar a machada final. Sem acelerar muito, continuou a dominar o jogo e fechou o “score” em 74-48.

Tanucha MVP
UMA das destaques da noite, a nível individual, foi Tanucha, eleita Jogadora Mais Valiosa (MVP), um prémio que lhe encaixou perfeitamente, pois jogou para a equipa. Leia Dongue, de seu nome completo, participou activamente nos lances defensivos e ofensivos da sua equipa, a Liga Muçulmana, ganhou muitos ressaltos e não se esqueceu de cumprir com a sua principal missão: marcar pontos. Aliás, ganhou sempre no confronto com as suas opositoras e fez alguns cestos de “encher o olho”. No final, o pavilhão do Desportivo vestiu-se de verde-e-branco para a comemoração não apenas do título nacional como também dos troféus individuais. A festa foi vivida dentro do campo e nas bancadas por atletas, dirigentes e treinadores ligados à colectividade, que quiseram assistir “in loco” a conquista do primeiro título nacional da bola-ao-cesto pela nóvel formação da Liga Muçulmana.


Ruth Muianga melhor marcadora
RUTH Muianga, jogadora da Liga Muçulmana, foi a melhor marcadora da prova, numa avaliação daquilo que foi a prestação das jogadoras nas duas finais. Foi no terceiro e o quarto períodos que a experiente jogadora demonstrou que quem sabe não desaprende.
Ao apostar em Ruth para os dois últimos períodos, Nazir Salé não se terá dado por arrependido, pois das mãos dela saíram 16 pontos que lhe valeram o prémio de melhor marcadora dos “play-off”.
No conjunto das duas finais, Ruth Muianga fez 32 pontos e, no final, recebeu um prémio que em quase 20 anos de carreira ainda não tinha conquistado.

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