ANGOLA : Clubes recusam proposta dos árbitros

Os responsáveis das equipas participantes no Campeonato Nacional de Basquetebol sénior masculino rejeitaram, na última segunda-feira, em Luanda, a proposta da Associação dos Árbitros e Juízes de Angola para a comparticipação no pagamento dos prémios com mais 50 por cento do valor agora pago pela Federação.

Durante o encontro, realizado na sede da Federação Angolana de Basquetebol, os agentes desportivos mostraram-se indignados com o procedimento dos homens do apito, ao considerarem “desrespeito” o facto de terem impedido a realização dos jogos marcados para sexta-feira transacta sem o prévio aviso. Durante o conclave, dirigido pelo secretário-geral da Federação, Tony Sofrimento, e o director técnico, Nuno Teixeira, os presentes tomaram conhecimento da exigência dos árbitros, que reclamam um aumento de 50 por cento no subsídio atribuído a cada jogo.
Os árbitros apresentam como razão para o aumento, a movimentação de grandes somas de dinheiro na contratação de atletas, vindos do exterior do país, com realce para os Estados Unidos da América, uma evidência, segundo afirmam, da “excelente situação financeira dos clubes”. Tony sofrimento disse que não partilhava da ideia. Por isso, fez questão de transmitir a mensagem aos interlocutores que, por sua vez, consideraram “chantagem” tal posição, uma vez que os clubes não têm as mesmas possibilidades e acusam a classe de arbitragem de falta de profissionalismo.
Perante a situação, a direcção da Federação e clubes sugeriram a redução dos custos, através da utilização de apenas dois árbitros para cada jogo, além da possibilidade de se dispensar os serviços de algumas pessoas, cujas actuações se têm revelado nocivas à modalidade. “As dívidas foram saldadas e pensamos que os árbitros devem cumprir com a sua obrigação. Sabemos que o actual momento é marcado por uma crise económica à escala mundial. No entanto, não se compreende porque é que as pessoas fazem esse tipo de exigências, uma vez que vocês (dirigentes) não concordam. Vamos levar esta mensagem”, disse Tony Sofrimento. A jornada de acerto de calendário, não realizada na sexta-feira, ficou remarcada para a próxima sexta-feira, à mesma hora e locais.

Babo e Necas pedem ponderação
O técnico principal do Atlético Petróleos de Luanda, Alberto Babo, considerou “precipitado” o comportamento dos árbitros, ao deixarem de apitar, antes de se encontrar um meio-termo com a Federação Angolana de Basquetebol, uma vez que as constantes paralisações do Campeonato Nacional quebram o ritmo competitivo dos atletas e, dessa forma, prejudicam o nível de basquetebol praticado no país.
“Angola tem um prestígio a defender e julgo ser do interesse de todos os amantes da modalidade que tenhamos uma competição cada vez mais expressiva. É normal que as pessoas troquem ideias, mas temos de ser condescendentes perante as dificuldades que todos os clubes atravessam. Não me cabe avançar qualquer posicionamento do clube quanto a esta questão, mas gostaria que os jogos fossem realizados sem sobressaltos”, disse.
Por seu turno, o técnico-adjunto do Interclube, Manuel de Sousa “Necas”, lamentou o facto de o encontro não contado com a presença de um representante dos homens do apito. Contudo, partilhou o posicionamento dos demais integrantes, segundo o qual “as equipas não estão em condições de acrescentar 50 por cento do valor disponibilizado pela Federação Angolana de Basquetebol”. Hélder Jeremias