ANGOLA : Selecção derrotada pela Roménia

A pré-selecção Nacional de Basquetebol sénior masculina, que projecta a sua presença na 26ª edição do Campeonato Africano da modalidade, que a República de Madagáscar vai acolher de 17 a 28 de Agosto, denotou ainda algumas debilidades ao consentir ontem, à tarde, em Guimarães, a sua segunda derrota consecutiva ao perder por 92-88, frente à formação da Roménia. Angola era apontada como a equipa favorita, diante de um adversário que, apesar da altura, tinha o seu elo fraco na lentidão dos seus atletas, mas a má interpretação das ordens do técnico Michel Gomez redundou na fragilização do sistema defensivo e a menos conseguida estrutura do ataque.

Angola entrou para o jogo com maior ousadia, o que permitiu gerir o primeiro quarto com alguma soberania, mas a insistência no jogo exterior esteve na base da recuperação paulatina dos romenos que também tiraram proveito da vulnerável coesão do conjunto nacional, sobretudo no capítulo da defesa à zona e a transposição defesa-ataque. Michel Gomez apercebeu-se logo que estas fragilidades capitalizavam o adversário e operou algumas alterações, que potenciaram a equipa através da assistência e melhoria nas recuperações tanto no ataque como na defesa, altura em que Miguel Kiala, Edivaldo Mbunga e Felizardo Ambrósio foram fundamentais na manutenção da vantagem até ao intervalo com 41-34 a favor de Angola.

No reatamento, as coisas tomaram um rumo que contrariava, sobremaneira, as aspirações do técnico de nacionalidade francesa, talvez porque o adversário voltou mais esclarecido sobre as lacunas ainda existentes na equipa que procura moldar os eleitos para mais uma empreitada a nível do continente berço, tendo equilibrado a produção no terceiro período (58-58). E a equipa romena foi-se agigantando no marcador, muito por conta da fraca actuação do combinado nacional na etapa derradeira, em que ficou desfalcado com a saída de Edivaldo Bunga, por lesão e Felizardo Ambrósio, por desqualificação.

Contudo, a derrota por quatro pontos de diferença ainda não pode ser encarada como presságio para a perda da titularidade continental, pois o técnico dispõe de bastante tempo para separar o trigo do joio e levar para a cimeira da bola ao cesto os elementos que garantam a revalidação da prova.

Trovoada confiante
na revalidação do título

O treinador de basquetebol do Desportivo da Huíla, Emanuel Trovoada, está confiante no potencial valor do técnico Michel Gomez para levar a selecção nacional sénior masculina de basquetebol à revalidação do título continental. De acordo com Emanuel Trovoada, o seleccionador francês é um técnico que conhece a matéria de basquetebol. A justificar, lembrou que teve o prazer, na altura com Jean Jacques da Conceição, quando jogava no Linon, de ver o seu real valor ao assistir um jogo do Linon, treinado na ocasião por Michel Gomez.

“Acredito no seu potencial como técnico e também dos jogadores. Os nossos basquetebolistas são talentosos e os melhores de África. Houve uma renovação na selecção nacional. Por isso, temos que respeitar a decisão do treinador. Aqueles que lá estão, para ele são os melhores. E é isso que temos que apoiar. Temos que dar o nosso contributo. Daí, acredito, apesar de ter conhecimento que outros países africanos também se preparam”, sustentou. Referiu que pelas condições existentes, Angola é o único país “posso dizer no mundo”, que consegue ter os seus dez internacionais a jogar no mesmo campeonato. Na óptica de Emanuel Trovoada, isso constitui uma mais-valia, fruto do disputado campeonato.

Sublinhou que, neste momento, é fundamental o povo angolano estar unido e solidário com os jogadores, seleccionador, federação e com o país para “acreditarmos na revalidação de mais um campeonato africano”. Emanuel Trovoada reconheceu que os pupilos de Michel Gomez neste primeiro ciclo competitivo que vai até à fase final de preparação visando o Campeonato Africano das Nações, a decorrer de 17 a 28 de Agosto próximo, em Antananarivo, Madagáscar, com as muitas mudanças que houve, vão enfrentar algumas dificuldades, mais é ai onde o conjunto vai se unir e conseguir corrigir os erros para que no arranque da competição, a máquina esteja bem afinada para começarmos a vencer.
Gaudêncio Hamelay, no Lubango