Africa Basquetebol

02 abril 2009

MOÇAMBIQUE : Qualificação para o Afrobásquete-2009: Cruel desenlace!


OS derradeiros 24 segundos foram vividos com o credo na boca! “Todo o mundo” em pé, o pavilhão do Maxaquene fervilhava entre a certeza de um divino golpe de rins e a incredulidade de um desenlace cruel. Na altura, o marcador registava os seguintes números: 67-68 à melhor para a África do Sul. A azáfama era muito grande e a partida interrompida. A reposição de linha lateral pertencia aos visitantes, pelo que, “a priori”, estavam em vantagem. Reposto o desafio e com os nervos verdadeiramente à flor da pele, os nossos jogadores não foram capazes de conquistar o triunfo, com incríveis perdas de bola à mistura, suando a buzina com os sul-africanos em festa, mercê do seu triunfo por dois pontos – 68-70.

Era o final de uma partida, ontem à noite, ganha inteligentemente pelos sul-africanos e perdida arreliadoramente pelos moçambicanos, em particular nos lances livres, cuja capacidade de aproveitamento é confrangedora. Tratava-se da terceira jornada da fase zonal de qualificação para o Afrobásquete Líbia-2009, a decorrer desde segunda-feira. Hoje, no início da segunda volta, estarão em campo África do Sul e Zimbabwe, a partir das 19.00 horas, num encontro em que os sul-africanos, seguramente, somarão a sua terceira vitória e as portas de apuramento abertas de par em par.

Todos os prognósticos e conjecturas já apontavam para interessantes duelos entre Moçambique e África do Sul. E foi o que realmente se assistiu ontem, na “catedral”. O jogo foi essencialmente repartido e com constantes permutas na liderança do marcador, tendo a turma nacional se colocado mais vezes à frente. Só que o adversário, astutamente, em nenhum momento permitia uma vantagem alargada, daí que a diferença raramente ultrapassava três pontos, os quais eram prontamente superados com um triplo, um dos componentes fortes da equipa do país vizinho.

PERICLITANTE VANTAGEM

Não se pode afirmar que a turma de Carlos Alberto Niquice (Bitcho) estivesse mal. Antes pelo contrário, detinha o controlo dos acontecimentos, no entanto, não conseguia se desenvencilhar da tenaz perseguição sul-africana. Isto é, quando as portas se abriam para uma diferença de certo modo confortável, lá vinham os erros às catadupas e tudo voltava para a mesma rotina de um/dois/três periclitantes pontos de vantagem. Pior ainda, quando se pensava que a salvação poderia vir dos lançamentos livres, o desacerto era atroz, para o desalento do público, que via a cada segundo se esfumar a possibilidade de ganhar este primeiro embate.

Aliás, neste equilibrado desenrolar da partida, ambos os times apostaram todo o seu saber para o último período, mas, curiosamente, foi o de menor expressão ofensiva para os moçambicanos, pois jogadores como Custódio Muchate, Sete Muianga e Octávio Magoliço, os “guerreiros das tabelas”, baixaram os seus índices de concretização e a compensação pelos seus colegas não foi perfeita. Do lado oposto, a mão aguçada de Neo Mothiba desesperava-nos.

É verdade, compatriotas, que apenas morreu uma andorinha e a Primavera da qualificação ainda se anuncia para a nossa selecção, porém, terá de vestir o fato-macaco, no sábado, e os jogadores actuarem de forma operária, pois, caso contrário, Líbia não passará de uma miragem...

FICHA DO JOGO

Árbitros: Iracelmo Pinto, António Bernardo e Chuva Gox

MOÇAMBIQUE (68) – André Velasco (9), Jerónimo Bispo (8), Luís Barros (4), Sílvio Letela (0),Adam Samir (2), Edson Monjane (0), Stélio Nuaila (5), Custódio Muchate (14), Octávio Magoliço (11),David Canivete (4), Gerson Novela (2) e Sete Muianga (9)

Treinador: Carlos Alberto Niquice

ÁFRICA DO SUL (70) – Quintin Denyssen (10), Nhlanhla Dlamini (0), Nykallo Nthuping (12), Brendan Mettler (5), Keneth Motaung (6), Thabang Kgwedi (6), Sifiso Ngcobo (0), Lindokuhle Sibankulu (1),Neo Mothiba (18), Cedric Kalombo (0), Tsakane Ngobeni (9) e Kegorapetse Letsebe (3)

Treinador: K. Matungulu
Marcha do marcador: 15-15, 35-33, 52-49, 68-70

* ALEXANDRE ZANDAMELA