Africa Basquetebol

23 dezembro 2008

MOÇAMBIQUE : Acreditar em nós mesmos - Carlos Niquice, treinador do Ferroviário de Maputo


CARLOS Niquice, treinador do Ferroviário de Maputo, era um homem feliz no final da partida e em entrevista ao nosso Jornal disse que, “depois daquele desaire no primeiro jogo, fiz entender aos jogadores que nada estava perdido e que tudo estava dependente só de nós. Ao que parece, os jogadores perceberam a minha mensagem e partiram para os restantes dois jogos mais determinados e confiantes em mudar o rumo dos acontecimentos”.

Acrescentou que a união do grupo, acrescida ao facto de a maior parte dos jogadores estar há quatro anos a jogarem juntos, terá contribuído para que o Ferroviário fechasse o ano com a chave de ouro.

“Temos conversado bastante no nosso quotidiano. Trocamos opiniões e juntos encontramos a melhor maneira de superar os nossos obstáculos. E foi o que fizemos quando perdemos com o Maxaquene. Procurei estimular os jogadores dizendo-os que para derrotarmos os “tricolores” era preciso um grande espírito de união de grupo. E felizmente a equipa soube impor-se nos últimos dois jogos”, disse.

De acordo com Bitcho, o empurrão para os “locomotivas” conquistarem o troféu foi dado no segundo jogo. “Disse aos jogadores que o jogo mais importante era o segundo, porque estávamos em desvantagem nos “play-off” e por isso era proibido perder se não perdíamos o título. Expliquei-lhes que as nossas atenções tinham que estar viradas para este jogo e só depois podíamos pensar na terceira partida.

Vencemos e ganhámos alento para superar o Maxaquene no jogo da final”, anotou.

Bitcho defendeu que muito dificilmente o Ferroviário perderia o título para o Maxaquene, visto que segundo, ele, demonstrou ser mais regular. “Era muito complicado para o Maxaquene derrotar o Ferroviário. A nossa equipa é muito coesa. Há quatro anos que jogam juntos, por isso são jogadores que se conhecem muito bem”, sublinhou.

Disse ainda que só foi possível alcançar este feito graças ao apoio da direcção, que reuniu as condições desejadas para alcançar a vitória. Felicitou a Vodacom por ter tido a ideia de organizar uma competição, que admite ter sido muito competitiva. “Foi um Nacional muito bem disputado, já que integrou equipas de diferentes províncias, ao contrário dos outros anos. Permitiu mostrar realmente o valor do Ferroviário”, acentuou.

Pede à Vodacom que continue a brindar as equipas com mais nacionais do género.

Perspectivando o futuro, referiu que pretende continuar no Ferroviário, embora o seu contrato termine no final do mês. “Quero gozar as minhas férias agora e para o ano pretendo continuar no Ferroviário. Só penso nisso”, disse.
Numa breve abordagem em relação à participação dos “locomotivas” nas competições africanas, Bitcho afirmou: “Vamos para dar sempre o nosso melhor. Este ano apesar de não termos conseguido o apuramento para a fase final mostramos que temos qualidade e podemos fazer muito mais”.