Africa Basquetebol

30 setembro 2008

MOÇAMBIQUE : LIGA NACIONAL DE BASQUETEBOL - Diferença competitiva começa a vir ao de cima

É um facto que já era previsível. No entanto, estava longe das conjecturas que se acentuasse tão cedo como está a acontecer neste momento, em que somente estão decorridas quatro jornadas da Liga Nacional de Basquetebol Vodacom. A diferença competitiva entre os intervenientes começa a vir ao de cima e, como consequência clara e imediata, a constituição de dois grupos perseguindo objectivos distintos: primeiro, os quatro da capital do país a prometerem uma espectacular luta na sua perspectiva de conquistar o título e, segundo, os das restantes três cidades, castigados pela falta de ritmo para um evento desta estirpe e, como tal, obrigados a assumir o papel de meros figurantes, mas, como é notório neles, aceitando humildemente essa realidade na perspectiva de a prova em curso se constituir num valor acrescentado para as suas contas de futuro.

Se no primeiro ciclo de jornadas duplas não se proporcionou o encontro entre as duas “alas”, devido à forma como o campeonato se organizou no arranque, face às contingências então verificadas, no segundo, ocorrido no pretérito fim-de-semana, o cruzamento entre os conjuntos de Maputo (quatro) e os da Beira (dois), de Chimoio (um) e de Quelimane (um) foi inevitável. E foi uma oportunidade que, para além de ter emprestado a necessária grandeza à Liga Vodacom, esta experiência singular da nossa bola-ao-cesto teve o condão de trazer a certeza, de forma palpável, àqueles que ainda olhavam para a prova cepticamente.

Do ponto de vista de competição em si, a diferença residiu fundamentalmente no andamento das equipas, na abordagem do jogo e, como é evidente, na sua ambição quanto ao desfecho da contenda. Foi deste modo que, na maior parte dos casos permitindo até aos seus treinadores rodar na medida do possível os seus atletas e oferecer aos menos utilizados oportunidade para se exporem, a jornada acabou sendo, igualmente, uma ocasião para uma avaliação genuína do basquetebol que se pratica fora da capital do país.

E o resultado foi precisamente este: por um lado, o galanteio do Desportivo, única formação invicta na prova, do Maxaquene, do Costa do Sol e Ferroviário de Maputo e, por outro, a centena de pontos que efectivamente ajudou para marcar a diferença entre estes e os seus oponentes.

No sábado, a maratona basquetebolística teve como palco a “catedral”, onde Costa do Sol e Ferroviário chegaram aos 100 pontos. Os “canarinhos” derrotaram o Desportivo da Beira por 101-49 e os “locomotivas” venceram A Politécnica de Quelimane pela marca de 121-55. Juma Pira, com 21 pontos, foi o jogador mais em evidência na equipa treinada por Milagre Macome, enquanto Gerson Novela (23), Ricardo Alípio (20) e Octávio Magoliço (19) destacaram-se no Ferroviário.

O Desportivo ficou a um ponto da centena no seu triunfo sobre Sport Clube de Chimoio, por 99-66, numa partida em que Nelson Jossias fez 16 pontos. O seu vizinho Maxaquene, no embate de maior cartel da jornada, sobrepôs-se ao Ferroviário da Beira e ajustou várias contas anteriores, pela marca de 71-42, tendo Fernando Manjate assinado 18 pontos.
QUADRO DE RESULTADOS E CLASSIFICAÇÃO


3ª JORNADA
Ferroviário de Maputo-Sport Clube 109-49
Desportivo de Maputo-A Politécnica 79-65
Maxaquene-Desportivo da Beira 84-42
Costa do Sol-Ferroviário da Beira 85-63

4ª JORNADA
Costa do Sol-Desportivo da Beira 101-59
Desportivo de Maputo-Sport Clube 99-66
Ferroviário de Maputo-A Politécnica 121-55
Maxaquene-Ferroviário da Beira 71-42



CLASSIFICAÇÃO


J V D CESTOS P
DESPORTIVO 4 4 0 341-283 8
Maxaquene 4 3 1 294-223 7
Costa do Sol 4 3 1 319-250 7
Ferroviário 4 2 2 380-261 6
Fer. Beira 4 2 2 296-283 6
A Politécnica 4 1 3 276-367 5
Sport Clube 4 1 3 262-380 5
Desp. Beira 4 0 4 249-351 4