Africa Basquetebol

01 julho 2008

MOÇAMBIQUE : Apuramento para a Taça dos Campeões Africanos: Básquete de primeira água de novo no nosso convívio

EIS-NOS de novo no grande convívio com o basquetebol de primeira água! Trata-se da fase de qualificação zonal para a Taça dos Campeões de África em Seniores Femininos, a decorrer a partir do próximo sábado, no pavilhão do Estrela Vermelha, que desta forma testemunhará noites verdadeiramente inolvidáveis de uma competição que, no essencial, será uma “guerra” entre dois países cuja rivalidade, desportivamente sã, empresta às competições um calor e uma expectativa invulgares. Do lado moçambicano, estarão em palco Desportivo, detentor do título continental, e Ferroviário, enquanto 1º de Agosto e Inter de Luanda, ambos de Luanda, representarão a terra dos nossos irmãos angolanos. Deste torneio, que se prolongará até ao dia 12, serão apuradas duas formações para a cobiçada etapa decisiva da prova, a acontecer em local ainda por definir pela FIBA-África.

Depois de no ano transacto, em duas ocasiões, designadamente Maio e Outubro, ter acolhido o apuramento e a fase final desta mesma prova, que culminou com a coroação das “alvi-negras”, Maputo volta a ser um ponto de referência da bola-ao-cesto africana, mercê do prestígio que goza no seio do organismo máximo da modalidade a nível continental. Sem dúvida alguma uma responsabilidade muito grande que recai sobre nós, com particular realce para a Federação Moçambicana de Basquetebol, que desta vez chamou a si os cordelinhos da organização, naturalmente em colaboração com os dois clubes envolvidos.

Aliás, inicialmente o evento tinha sido marcado para Harare, no entanto, face à deterioração da situação política no Zimbabwe e também porque se aproxima o período aprazado para a fase final, a FIBA-África acabou encontrando no nosso país a alternativa ideal para a concretização da prova, constituindo-se, o facto, igualmente num bom augúrio para as nossas equipas, dispostas a deixar em terra as suas rivais angolanas.

Para além do Desportivo e do Ferroviário, estava prevista a presença de A Politécnica. Porém, a turma campeã nacional acabou optando pela ida a Kampala, no Uganda, para tomar parte nas universíadas africanas, tendo no horizonte a qualificação para as universíadas mundiais, tal como aconteceu na edição anterior, em Banguecoque, capital da Tailândia.
Reforços do Ferroviário
Reforços do Ferroviário
OPTIMISMO MOÇAMBICANO

Maputo, Quarta-Feira, 2 de Julho de 2008:: Notícias


A despeito de reduzido a dois representantes, o nosso país não deixa de perfilar como principal candidato, pois a qualidade competitiva das “alvi-negras” e das “locomotivas” é inquestionável, deixando desde já preocupados 1º de Agosto e Inter de Luanda, pois estão conscientes das inúmeras vicissitudes que irão encontrar em Maputo, muito embora também se reconheça o seu excelente nível, particularmente das “militares”, treinadas por Aníbal Moreira e vice-campeãs africanas, ao serem derrotadas na memorável final de Outubro passado, no pavilhão do Maxaquene, pelo pragmático Desportivo de Nazir Salé.

O optimismo no seio das duas equipas moçambicanas é um facto irrefutável. Ambas se esmeraram e foram ao mercado estrangeiro buscar reforços de vulto. O Desportivo conta com a congolesa Pauline Ntsimbo, que já envergou a camisola “locomotiva”, e provavelmente terá a senegalesa Salimata Ndiata, uma das melhores jogadoras do último “Africano”. Deolinda Ngulela, “alvi-negra” de gema a actuar nos Estados Unidos da América, junta-se à turma de Nazir Salé nesta campanha, à semelhança da pérola Diara Dessai, que apesar da falta de rodagem em Quelimane, onde actualmente reside, mantém as suas excepcionais qualidades.

Mas o Desportivo possui igualmente recursos internos de grande vulto, como são os casos de Valerdina Manhonga, Anabela Cossa e Kátia Halar. Nádia Rodrigues está “off-side”, em virtude de se encontrar à beira de ser mãe, enquanto Deolinda Gimo e Ondina Nhampossa, caso o seu problema da transferência não seja resolvido, viverão as emoções da prova nostalgicamente, a partir da bancada.
Em relação ao Ferroviário, Carlos Aik socorreu-se outra vez da “pátria do básquete”, chamando Alendra Brown, ao mesmo tempo que conta com Clarisse Machanguana, a nossa maior estrela da actualidade, e Nika Gemo, resolvendo desse modo o assunto em relação à crise de postes. Aliás, estas jogadoras já estão a actuar pelas “locomotivas”, criando-se a simbiose com Rute Muianga, Zinóbia Machanguana, Janete Monteiro, Nádia Zucule, entre outras estrelas da equipa, que tenazmente persegue o título africano, depois do segundo lugar em Libreville, no Gabão, em 2006, e terceiro em Maputo, no ano passado.