CABO VERDE : Jovens deportados aumentam qualidade do basquete do Fogo
Ao LANCE Adilson “Dary” Rosa, 26 anos, um dos deportados que milita na equipa do Spartak de São Filipe, foi um dos destaques do Campeonato Regional do Fogo. Dary revela que partiu de Cabo Verde para a América com quatro anos. Pela família, soube da história do país natal e sempre que podia voltava ao arquipélago para rever os que tinha deixado para trás. Cresceu a praticar o desporto que sempre amou: o basquetebol.
Dary, um dos casos de sucesso no basquetebol, não conta os motivos da sua deportação, mas revela que “nada é pior na vida do que estar num lugar errado na hora errada e ser julgado por algo que não se fez”, referindo-se às causas do seu retorno ao arquipélago no ano 2000. Nos EUA, o jovem atleta e actual “poste” participou de diversas competições nas escolas e nos torneios BCBL/BNBL. “Em Cabo Verde jogo por amor à camisola, pois o basquete é uma modalidade que desperta competitividade e emoção. Por isso, dedico-me ao desporto”, confessa Dary.
Quanto à vida que leva no Fogo, Dary considera-a normal. “Não condeno ninguém que me discrimina por eu ser deportado. Pelo contrário, acho que quem faz isso é ignorante”, reitera. Sobre o tempo que dedica ao basquete, ele diz que é difícil conciliar o trabalho e os treinos. Mas, mesmo assim, dedica-se duas horas diárias. Mais, o poste da equipa de São Filipe acha que se agora ele tem um melhor relacionamento com as outras pessoas, deve esse facto ao desporto. É que “através dele, integrei-me de forma humilde e correcta”. Dary confia na disputa do Spartak no Campeonato Nacional, pois diz que a equipa está moralizada para fazer um bom torneio e tem condições de lutar pelo título. Adeptos e amantes de basquetebol também acreditam num bom desempenho da equipa do Spartak no Nacional. Para Le Roy Gonçalves, 39 anos, norte-americano que vive em São Filipe, “qualidade não falta à equipa do Fogo” e aqui, como “nos EUA, vejo jogos de basquete e gosto da modalidade. Para mim os jovens deportados estão a contribuir grandemente para o sucesso do basquete na ilha” considera.
LANCE acompanhou alguns treinos da equipa do Spartak, que divide a quadra com mais quatro juniores - Daniel, Domingos, Bruno e Elton. Eles são estudantes e praticam a modalidade há mais de dois anos. Para estes miúdos, os jovens deportados são referências como atletas.
Para o júnior Daniel, foram os atletas retornados dos EUA que trouxeram uma maior dinâmica e competitividade ao basquetebol do Fogo, com jogadas “lindas” e uma maior qualidade técnica e táctica. E se o sonho de todo o desportista é participar em campeonatos de grande nível, estes quatro jovens que, incansavelmente, treinam durante duas horas/dia, não fogem à regra. Só lamentam o facto de, como salienta Bruno, não existirem competições para a categoria júnior na ilha, pois assim podiam mostrar as suas qualidades. Entretanto, como adeptos, estes praticantes juniores desejam “boa sorte” à formação do Spartak e esperam que consigam trazer o troféu para casa. É que o “Spartak tem atletas de grande qualidade e ambição não lhes falta”, diz Bruno.
Spartak e ARBF agastam-se com atraso do Campeonato Nacional
Paulo Pina, o presidente da Associação Regional de Basquetebol do Fogo (ARBF) não esconde que está insatisfeito com o atraso no arranque do Campeonato Nacional. Uma situação que deixa também o Spartak apreensivo. Francisco Tavares, membro da direcção da equipa sanfilipense, lembra que em 2005 a sua equipa, então campeã da ilha, ficou de fora por razões “menos graves”, como foi o facto de ter entregue a ficha de inscrição fora do prazo estipulado.
E apesar de reconhecerem que a competição sem a presença da equipa de Santiago, perde, e muito, a competitividade, não deixam de lembrar à FCCB que caso voltem a acontecer situações do género com outras equipas e associações, devem ser-lhes dado o mesmo tratamento. Ou seja, esperam também o tempo suficiente para resolverem o problema e entrarem no campeonato todas as equipas participantes em pé de igualdade. Francisco Tavares, afirma categórico que a FCCB privilegia a equipa da capital, penalizando as das outras ilhas. Devido a este atraso, o dirigente do Spartak comenta que é notória a desmotivação de muitos jogadores, que não sabem a data exacta do arranque do Campeonato Nacional.
Nicolau Centeio
Dary, um dos casos de sucesso no basquetebol, não conta os motivos da sua deportação, mas revela que “nada é pior na vida do que estar num lugar errado na hora errada e ser julgado por algo que não se fez”, referindo-se às causas do seu retorno ao arquipélago no ano 2000. Nos EUA, o jovem atleta e actual “poste” participou de diversas competições nas escolas e nos torneios BCBL/BNBL. “Em Cabo Verde jogo por amor à camisola, pois o basquete é uma modalidade que desperta competitividade e emoção. Por isso, dedico-me ao desporto”, confessa Dary.
Quanto à vida que leva no Fogo, Dary considera-a normal. “Não condeno ninguém que me discrimina por eu ser deportado. Pelo contrário, acho que quem faz isso é ignorante”, reitera. Sobre o tempo que dedica ao basquete, ele diz que é difícil conciliar o trabalho e os treinos. Mas, mesmo assim, dedica-se duas horas diárias. Mais, o poste da equipa de São Filipe acha que se agora ele tem um melhor relacionamento com as outras pessoas, deve esse facto ao desporto. É que “através dele, integrei-me de forma humilde e correcta”. Dary confia na disputa do Spartak no Campeonato Nacional, pois diz que a equipa está moralizada para fazer um bom torneio e tem condições de lutar pelo título. Adeptos e amantes de basquetebol também acreditam num bom desempenho da equipa do Spartak no Nacional. Para Le Roy Gonçalves, 39 anos, norte-americano que vive em São Filipe, “qualidade não falta à equipa do Fogo” e aqui, como “nos EUA, vejo jogos de basquete e gosto da modalidade. Para mim os jovens deportados estão a contribuir grandemente para o sucesso do basquete na ilha” considera.
LANCE acompanhou alguns treinos da equipa do Spartak, que divide a quadra com mais quatro juniores - Daniel, Domingos, Bruno e Elton. Eles são estudantes e praticam a modalidade há mais de dois anos. Para estes miúdos, os jovens deportados são referências como atletas.
Para o júnior Daniel, foram os atletas retornados dos EUA que trouxeram uma maior dinâmica e competitividade ao basquetebol do Fogo, com jogadas “lindas” e uma maior qualidade técnica e táctica. E se o sonho de todo o desportista é participar em campeonatos de grande nível, estes quatro jovens que, incansavelmente, treinam durante duas horas/dia, não fogem à regra. Só lamentam o facto de, como salienta Bruno, não existirem competições para a categoria júnior na ilha, pois assim podiam mostrar as suas qualidades. Entretanto, como adeptos, estes praticantes juniores desejam “boa sorte” à formação do Spartak e esperam que consigam trazer o troféu para casa. É que o “Spartak tem atletas de grande qualidade e ambição não lhes falta”, diz Bruno.
Spartak e ARBF agastam-se com atraso do Campeonato Nacional
Paulo Pina, o presidente da Associação Regional de Basquetebol do Fogo (ARBF) não esconde que está insatisfeito com o atraso no arranque do Campeonato Nacional. Uma situação que deixa também o Spartak apreensivo. Francisco Tavares, membro da direcção da equipa sanfilipense, lembra que em 2005 a sua equipa, então campeã da ilha, ficou de fora por razões “menos graves”, como foi o facto de ter entregue a ficha de inscrição fora do prazo estipulado.
E apesar de reconhecerem que a competição sem a presença da equipa de Santiago, perde, e muito, a competitividade, não deixam de lembrar à FCCB que caso voltem a acontecer situações do género com outras equipas e associações, devem ser-lhes dado o mesmo tratamento. Ou seja, esperam também o tempo suficiente para resolverem o problema e entrarem no campeonato todas as equipas participantes em pé de igualdade. Francisco Tavares, afirma categórico que a FCCB privilegia a equipa da capital, penalizando as das outras ilhas. Devido a este atraso, o dirigente do Spartak comenta que é notória a desmotivação de muitos jogadores, que não sabem a data exacta do arranque do Campeonato Nacional.
Nicolau Centeio
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