CABO VERDE : Cestos com consciência social
Olhares fixos na bola que segue em direcção ao cesto. Sorrisos, abraços e aplausos quando se constata que atingiu o alvo: a bola caiu na rede. Dois pontos a mais que são festejados como se fossem mil. O arremesso, por agora não passa de um simples divertimento, para dentro de pouco tempo tornar-se um instrumento de transformação social. Se depender da disposição e da dedicação das mais de 150 crianças que na manhã do último domingo, 16, participaram do projecto de integração das escolinhas de mini-basquetebol, no Gimno Desportivo o desporto em Cabo Verde é promissor e formará jovens socialmente conscientes.
É um projecto de formação de uma nova geração de jogadores que se concretiza quinzenalmente, e resulta da parceria entre a Associação Regional Santiago Sul de Basquetebol e a Cooperação Portuguesa. É crescente o número de participantes, meninos e meninas, de seis a 12 anos, que têm a oportunidade de disputar partidas em quadras grandes, com materiais profissionais e árbitros a ensinar as regras do desporto. Uma mistura de atractivos que faz com que Jéssica Correia e Helena Martins, ambas de 10 anos, não percam sequer um encontro de escolinhas. Com roupas largas, como as jogadoras profissionais, e a bola a bater na mão, as meninas garantem que tudo é interessante, sobretudo enfrentar os garotos: “Não tenho problemas em disputar com eles. Aliás, só o poder jogar basquetebol já é bom”, garante Helena.
Os treinadores das equipas dão total apoio à iniciativa e orientam em meninos a cada movimento. Francisco Romero, professor das escolinhas do ABC, AMI e Les Alizés, acredita que o objectivo da integração não é só desportivo, mas, sobretudo, sócio-educacional. Segundo ele, é “uma oportunidade dos meninos desenvolverem sua capacidade coordenativa, aprenderem a competir e a se relacionar com os colegas. Mesmo que o divertimento prevaleça, eles seguem uma disciplina”. Quem concorda com a ideia de Romero é Fausto Carvalho, ligado à escolinha do ABC, que acrescenta que assim os meninos “ocupam melhor o seu tempo com actividades sadias e alimentam o gosto pelo basquetebol”.
Durante as partidas, era possível visualizar garotos trajando uniformes ou adereços de seus ídolos e equipas preferidas. Hélio Nelson, integrando o sub-14 da AMI, fazia questão de revelar admiração pelo lendário Michael Jordan. Já Stephan Serra, sub-14 do Prédio, disse ser um fervoroso torcedor do Miami Hits, da liga americana NBA. Têm em comum o sonho de um dia serem jogadores profissionais, para disputarem partidas em todos os cantos do mundo. “Quero jogar sempre, para isso eu treino basquete todas as semanas. É o melhor desporto que existe”, afirma Stephan.
Das arquibancadas, a cada cesto, os pais batiam muitas palmas e gritavam palavras de incentivo aos filhos. Com total atenção às partidas, acompanhavam todos os lances. “É uma maravilha ela começar a criar o hábito do desporto tão cedo. Tenho certeza que, assim, a minha filha terá uma boa educação e ficará longe das más influências que andam a ter por aí”, afirma José Carlos Bastos ao ver a sua pequena Luana, de apenas 6 anos, a dar os primeiros passos no recinto. Com o mesmo entusiasmo, estava a economista Maria das Neves, que incentiva as duas filhas, Aida, 11, e Amina, de 8 anos, a participarem em todos os encontros de escolinhas.
O ambiente de alegria que se cria no Gimno em cada encontro mostra que o desporto é uma eficaz forma para, através da diversão, reiterar valores educacionais e promover o respeito e a integração entre os garotos. É o que acredita o jogador profissional, que já fez parte da Selecção de Cabo Verde, Lamine Delgado, que também participa do projecto e coordena equipas de base. “Física e mentalmente, eles vão ganhar valores de conjunto, vão tirar do desporto o que ele tem de bom. E para certas camadas menos favorecidas, podemos dar uma oportunidade de lazer, de crescimento pessoal”, conclui.
Felipe Torres
É um projecto de formação de uma nova geração de jogadores que se concretiza quinzenalmente, e resulta da parceria entre a Associação Regional Santiago Sul de Basquetebol e a Cooperação Portuguesa. É crescente o número de participantes, meninos e meninas, de seis a 12 anos, que têm a oportunidade de disputar partidas em quadras grandes, com materiais profissionais e árbitros a ensinar as regras do desporto. Uma mistura de atractivos que faz com que Jéssica Correia e Helena Martins, ambas de 10 anos, não percam sequer um encontro de escolinhas. Com roupas largas, como as jogadoras profissionais, e a bola a bater na mão, as meninas garantem que tudo é interessante, sobretudo enfrentar os garotos: “Não tenho problemas em disputar com eles. Aliás, só o poder jogar basquetebol já é bom”, garante Helena.
Os treinadores das equipas dão total apoio à iniciativa e orientam em meninos a cada movimento. Francisco Romero, professor das escolinhas do ABC, AMI e Les Alizés, acredita que o objectivo da integração não é só desportivo, mas, sobretudo, sócio-educacional. Segundo ele, é “uma oportunidade dos meninos desenvolverem sua capacidade coordenativa, aprenderem a competir e a se relacionar com os colegas. Mesmo que o divertimento prevaleça, eles seguem uma disciplina”. Quem concorda com a ideia de Romero é Fausto Carvalho, ligado à escolinha do ABC, que acrescenta que assim os meninos “ocupam melhor o seu tempo com actividades sadias e alimentam o gosto pelo basquetebol”.
Durante as partidas, era possível visualizar garotos trajando uniformes ou adereços de seus ídolos e equipas preferidas. Hélio Nelson, integrando o sub-14 da AMI, fazia questão de revelar admiração pelo lendário Michael Jordan. Já Stephan Serra, sub-14 do Prédio, disse ser um fervoroso torcedor do Miami Hits, da liga americana NBA. Têm em comum o sonho de um dia serem jogadores profissionais, para disputarem partidas em todos os cantos do mundo. “Quero jogar sempre, para isso eu treino basquete todas as semanas. É o melhor desporto que existe”, afirma Stephan.
Das arquibancadas, a cada cesto, os pais batiam muitas palmas e gritavam palavras de incentivo aos filhos. Com total atenção às partidas, acompanhavam todos os lances. “É uma maravilha ela começar a criar o hábito do desporto tão cedo. Tenho certeza que, assim, a minha filha terá uma boa educação e ficará longe das más influências que andam a ter por aí”, afirma José Carlos Bastos ao ver a sua pequena Luana, de apenas 6 anos, a dar os primeiros passos no recinto. Com o mesmo entusiasmo, estava a economista Maria das Neves, que incentiva as duas filhas, Aida, 11, e Amina, de 8 anos, a participarem em todos os encontros de escolinhas.
O ambiente de alegria que se cria no Gimno em cada encontro mostra que o desporto é uma eficaz forma para, através da diversão, reiterar valores educacionais e promover o respeito e a integração entre os garotos. É o que acredita o jogador profissional, que já fez parte da Selecção de Cabo Verde, Lamine Delgado, que também participa do projecto e coordena equipas de base. “Física e mentalmente, eles vão ganhar valores de conjunto, vão tirar do desporto o que ele tem de bom. E para certas camadas menos favorecidas, podemos dar uma oportunidade de lazer, de crescimento pessoal”, conclui.
Felipe Torres
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