MOÇAMBIQUE : Nacional” de Basquetebol sénior feminino: Nampula guarda memórias de um campeonato “despachado”

NÃO vai sair tão já da mente dos nampuleneses a maneira despachada como decorreu o Campeonato Nacional de Basquetebol Sénior Feminino, que juntou somente cinco equipas na chamada capital do Norte. Depois de vários anos de sucesso e agora com a disponibilidade de valores, não se justifica a fraca participação que marcou a prova. Para além do Desportivo de Maputo, campeão africano em título, que todos aguardavam com expectativa, Zambézia, Tete e Manica, províncias que movimentam a categoria, “gazetaram” ao que nos consta, propositadamente.

Foi isso sim, algumas equipas, sobretudo das províncias, não ficaram satisfeitas com a divisão de valores feita pela Federação Moçambicana de Basquetebol. Todo o bolo foi repartido pelas equipas de Maputo, o que uma ira às restantes pois também tinham custos de deslocações e outros.

Feito o sorteio, com apenas cinco equipas em representação de três províncias (ISPU, Maxaquene e Ferroviário de Maputo), Maputo cidade, (Ferroviário da Beira), Sofala (Ferroviário de Nampula) pela província anfitriã, a prova iniciou a “pé coxinha”, devido ao atraso na chegada do representante de Sofala.

Em termos competitivos, a supremacia das equipas de Maputo foi evidente desde a jornada inaugural. O Ferroviário de Maputo carimbou logo na jornada inaugural a primeira chapa cem diante do seu homólogo de Nampula.

O público, não se sabe se por desconhecimento ou por desinteresse pela modalidade, estava às moscas no bastante maltratado pavilhão dos desportos do clube Ferroviário de Nampula. Salve-se a noite da final que, ao que nos consta, as equipas intervenientes tiveram que se desdobrar, organizando, com custos, a sua claque à mistura dos programas interactivos a cargo do patrocinador da prova.

Uma nota importante a frisar tem a ver com o facto de para uma prova de tamanha envergadura, os jogos terem sido realizados com tabelas de madeira e não de fibra como convencionalmente tem acontecido.

Mesmo assim, a organização foi considerada, por todos os participantes, de impecável, e caiu o pano do Campeonato Nacional de Basquetebol em Seniores Femininos que nesta temporada tem uma nova rainha que dá pelo nome de ISPU.

O jogo da final, foi sem dúvidas um duelo entre os gigantes da bola ao cesto, nesta categoria, ao nível do nosso país, sobretudo se quisermos avaliar pelas jogadoras que evoluíram e demonstraram serem os valores do nosso basquetebol.

Só para citar alguns nomes, destaque para Zinobia Machanguana, Deolinda Gimo, Carla Silva, Ruth Muianga, do Ferroviário de Maputo, enquanto que o ISPU apareceu com Ana Branquinho, que foi eleita melhor jogadora do torneio, Ana Azinheira, Eduarda Chongo, Tânia Wachene e Amélia Macamo.
Aliás, foi na base destes valores que logo “a priori” se definiu que o campeonato estava resumido a estas duas equipas, por um lado o ISPU muito motivado e mais coeso não só em termos de valores individuais como também de conjunto e por outro a “raposa” Ferroviário de Maputo que a mistura dos seus valores acrescenta a experiência e maturidade.

* CARLOS COELHO E LUÍS NORBERTO