Africa Basquetebol

16 outubro 2007

MOÇAMBIQUE : Campeonato da Cidade em Seniores Masculinos: Do esplendor ao pesadelo!

Ataque “tricolor” na partida diante do Ferroviário
Ataque “tricolor” na partida diante do Ferroviário

QUEM diria!!! Perseguidos, ou provavelmente não, pelo bichinho do azar, sobretudo quando preparam as faixas e o champanhe para festejar o título, a verdade manda dizer que os “alvi-negros”, nos últimos anos, têm vindo a conhecer uma carreira marcadamente atípica e até inexplicável para consigo próprios. No presente Campeonato de Basquetebol da Cidade de Maputo/Aeroportos de Moçambique, em seniores masculinos, ainda não foram totalmente atirados para as cordas, todavia, não deixa de ser desconfortável o facto de, após longas jornadas na qualidade de comandantes destacados, terem sido repentinamente destronados, no epílogo de um fim-de-semana em que não conseguiram aguentar a pressão de duas grandes partidas, diante dos também candidatos Ferroviário e Maxaquene.

Já vínhamos repetindo que a terceira volta seria verdadeiramente decisiva para as aspirações de cada um dos integrantes do certame, com particular realce no que diz respeito à discussão do título, bem como à qualificação para o Campeonato Nacional, agendado para o próximo mês de Novembro, na cidade da Beira. E os efeitos dessa face determinante começaram a ser visíveis no rescaldo da segunda e terceira jornadas da terceira volta, prenunciando um final espectacular e acima de tudo incerto, pois, apesar de o líder da prova ser agora o Ferroviário, com 31 pontos, mais um que a dupla constituída pelos vizinhos Maxaquene e Desportivo, tal não significa rigorosamente nada, uma vez que ainda temos pela frente quatro rondas susceptíveis de alterar qualquer cenário.

Mesmo sendo certo que em nenhum momento o Desportivo embandeirou em arco, isto é, fazer do estatuto de guia para antecipadamente se autoproclamar campeão, não resta a menor dúvida que esta sua abrupta queda poderá criar fissuras no seio do grupo, nomeadamente o descrédito dos atletas quanto às suas possibilidades de ainda chegarem ao título, principalmente se recuarem a cassete da sua vida e reverem uma situação igualzinha acontecida nos anos anteriores, em que, inclusive, chegaram ao cúmulo de, por exemplo, na época transacta, falharem o “Nacional”, também disputado no Chiveve.

Triste sina ou não, nos momentos capitais, a missão de grande peso cabe agora ao “mister” Carlos Ferro, em espevitar a moral dos seus pupilos para a nova realidade, conquanto as contas definitivas estão ainda longe de encerrar e até lá muitas marés por ultrapassar por parte de todos os concorrentes ao ceptro. No grupo destes, os “alvi-negros” ficaram apenas com a sensacional e “intrusa” Académica, enquanto Ferroviário e Maxaquene, para além de se defrontarem entre si, na derradeira jornada, devem contar no seu percurso com prováveis intempéries.

CERCO AOS “ALVI-NEGROS”

É evidente que “locomotivas” e “tricolores” não fizeram nenhum pacto contra os “alvi-negros”, no entanto, o facto destes jogarem em dias sucessivos com dois colossos, nesta altura em que o campeonato já desgastou tudo e todos, pode ter contribuído sobremaneira para o seu descalabro, num fim-de-semana em que o Ferroviário colheu dividendos dourados, ao ascender ao primeiro posto e com promessa de nunca abandonar o precioso lugar.

A turma de Carlos Alberto Niquice (Bitcho) foi ao pavilhão do Estrela Vermelha, sexta-feira, com a firme disposição de contrariar o favoritismo que pendia para as hostes “alvi-negras”. No final de uma partida disputadíssima, triunfou pela marca de 78-60, iniciando assim a marcha rumo à conquista do poleiro. No dia seguinte, perante a imprevisível Académica, nova vitória, desta vez por 67-42, não deixando dúvidas a ninguém quanto à sua gula e o anúncio de que a renovação do título está no seu horizonte.

Por seu turno, o Maxaquene iniciou a dupla jornada sem necessitar de se empregar a fundo, ante os novatos do Eagle, ganhando folgadamente por 98-56. No velho “derby” com o seu vizinho, foi notória a fúria que o Desportivo trazia, na tentativa de remediar a precária situação que se vislumbrava, mas a equipa de Horácio Martins cerrou os dentes e não deixou escapar o precioso triunfo por quatro pontos (66-62).

Nos outros embates destas duas rondas, Académica bateu Conseng pela marca de 80-73 e Aeroporto beneficiou da falta de comparência do Eagle para ganhar por 20-0. Costa do Sol viu mais complicadas as suas contas de tentar chegar ao “Nacional”, ao baquear perante a Conseng por 49-66.

Em femininos, a contar para o Torneio A Politécnica, destaque para a vitória do ISPU diante do rival Ferroviário por três pontos (60-57), enquanto Desportivo vencia Maxaquene pela marca de 80-44. Na jornada de sexta-feira, “universitárias” e “locomotivas” tinham ganho sem sobressaltos: 61-30 ao Desportivo e 78-27 ao Maxaquene, respectivamente.